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t3lmo Escreveu: 27 jun 2020, 20:28 Algo que está a ser identificado aos operadores...

Em Beja, Estremoz e Castelo Branco estão a construir PCRs, logo três dessas áreas vermelhas até vão ter um PCR. Agora trás-os-montes é que nem sequer há nenhum "Brevemente".

Nesta fase só mesmo Castelo Branco ajudará numa das áreas deste mapa.

Na minha opinião, os PCR estão a ser instalados de uma forma caótica e desequilibrada no país. Nesta fase acho que deveria haver um planeamento a nível nacional em que fosse possível, para um utilizador de VE, encontrar sempre um PCR a menos de 75 km distância do local em que se encontre num determinado momento, seja no norte, sul, litoral ou interior do país. Para isso seria necessário criar corredores de PCRs ao longo das principais estradas do país.

Neste momento, até eu com um Tesla 3 SR+ tenho dificuldades de ir do litoral para trás-os-montes, entre Bragança e Miranda do Douro, e voltar no mesmo dia sem perder horas a carregar, se é que consigo arranjar sítio para carregar. O Supercharger de Ribeira de Pena fica muito fora do caminho.

Para quem pense que instalar um PCR comercial é só escolher um local num mapa está enganado.
Atualmente, além de cada operador planear por si, pela concorrência em redor e pela futura taxa de rotatividade de utilização, o principal problema é ter um local autorizado e com as condições para a instalação.
Autorização: ser proprietário do local, ter autorização do proprietário e de preferência sem taxas municipais de uso de espaço público (fator mais importante na operação).
Condições: ter um ramal com potência disponível o mais perto possível (o tal que depois demora muitos meses a aparecer).

Percebam agora porque é que Galp tem 35% dos PCR do pais: é proprietária/concessionada dos seus locais (estações de serviço) e tem ramais que já os alimentam. Nenhum outro grande operador tem estas condições em Portugal infelizmente.
A Prio vai fazendo o mesmo mas com pouco investimento. A EDP associa-se às áreas da BP. Os restantes vão para as áreas comerciais e esfolam-se para ter mais locais nos municípios.

Pois, essas dificuldades todas são mais uma virtude deste "genial" modelo que temos
Em qualquer ponto do país, incluindo nessas zonas desertas que aparecem nesse mapa, existem muitas empresas, alimentadas em MT e AT com PTs próprios (onde espaço e potência não são problema) muitas delas até também com grandes produções fotovoltaicas nos telhados, que caso pudessem vender carregamentos, já tinham PCRs nos seus parques para utilização própria e pública.

Mas alguma entidade no seu perfeito juízo empresarial vai despender de 50.000 € para instalar um PCR de forma isolada que não seja para a sua frota?
Mesmo que vende-se carregamento ad-hoc?
Só se rentabiliza um investimento assim com a criação de redes privadas ou públicas em multi-localizações com diversos tipos rotatividade, onde o que se perde num local ganha-se noutro.
O problema da nossa rede não é o modelo, mas da falta de vontade e/ou recursos de quem o está a gerir.
Onde já se viu termos um sistema cheio de SPOF's, sem alta-disponibilidade em produção e nem um ambiente de qualidade para testes, entre muitos outros problemas burocráticos que só fazem arrastar as coisas no tempo.

E é isto. Obrigado FullElectric. É só isto.

Ah e tal pequenos players podem entrar e blablabla. Who cares? Não interessa a ninguém saber do ramal, da autorização e do blablabla. Interessa é poder pegar num ponto de abastecimento de energia, preferencialmente existente em MT, preferencialmente sem ser em BTE para não arrear ainda mais os PT de rua, etc etc.
E se for por exemplo numa cidade, que possam meter um PCR e um ou mais PCN à beira, todos alimentados do mesmo ramal. Em vez de ter uma "baixada" para cada um.
Se é possível em todo o lado, pois provavelmente não. Mas em boa parte das localizações será e certamente que reduziria os 50.000€ de investimento para o custo do posto e pouco mais...

Em relação a "quem vai investir", bom apareceram uns PCR em cima de umas paletes em Lisboa.

Edit:

t3lmo Escreveu: 28 jun 2020, 00:18 O problema da nossa rede não é o modelo, mas da falta de vontade e/ou recursos de quem o está a gerir.

Então que não tivessem financiado postos para encher Porto e Lisboa (mais Lisboa) de postos. Onde já é apetecível montar postos. Senão por essa ordem de ideias nunca teremos postos em localizações menos apetecíveis, pois claro que o retorno do investimento é a perder de vista, se é alguma vez acontece sequer. Dada a impossibilidade de o OPC escolher um fornecimento de energia qualquer, um existente seria o ideal, acho que o modelo tem boa parte de culpa (pelo menos não facilita)

São questões válidas, mas voltando ao assunto das assimetrias:

Acham que o PCR do Lidl de Vila do Bispo vai ter mais uso que os eventuais PCR's dos Lidl's de Portalegre, Castelo Branco ou Bragança?

O concelho de Vila do Bispo tem 5000 habitantes, Portalegre tem 21000, Castelo Branco 56000 e Bragança 35000. O concelho de Moura tem 15000 habitantes!

Loulé tem 70000 habitantes (+20% que Castelo Branco) e entre actuais e construção tem 7 PCR e mais de 25 PCN.

Pelo menos as capitais de distrito senhores!

Não haverá aqui também falta de empenho das autarquias?
@UVE, sugiro que se realize um ENVE no interior do país, Bragança, Castelo Branco ou Portalegre, num futuro próximo, para que possamos passar a mensagem de uma forma eficiente.

Se esses municípios não mostrarem interesse em promover a ME ficarão ainda mais isolados do resto do país, ainda para mais, sendo zonas que começam a viver cada vez mais do turismo.

t3lmo Escreveu: 28 jun 2020, 00:18 Mas alguma entidade no seu perfeito juízo empresarial vai despender de 50.000 € para instalar um PCR de forma isolada que não seja para a sua frota?
Mesmo que vende-se carregamento ad-hoc?
Só se rentabiliza um investimento assim com a criação de redes privadas ou públicas em multi-localizações com diversos tipos rotatividade, onde o que se perde num local ganha-se noutro.
O problema da nossa rede não é o modelo, mas da falta de vontade e/ou recursos de quem o está a gerir.
Onde já se viu termos um sistema cheio de SPOF's, sem alta-disponibilidade em produção e nem um ambiente de qualidade para testes, entre muitos outros problemas burocráticos que só fazem arrastar as coisas no tempo.

Estás enganado. Conheço pessoalmente várias empresas, principalmente localizadas nesse deserto onde não há rede, algumas que já instalaram e outras com interesse em instalar PCR para carregamento dos seus carros. Assim pudessem elas rentabilizar este investimento com a venda de carregamentos com a energia que produzem, que essas decisões seriam muito mais rápidas.
E não, não estamos a falar de 50.000€, em algumas instalações esse valor dá para instalar 2 PCR e ainda sobra dinheiro