Como utilizador do forum apenas por motivos relacionados à Mobilidade Eléctrica, tenho-me abstido de comentar os posts sobre a UBER que vão aparecendo, mas como os tópicos são recorrentes e por julgar que devido a certas atitudes e maneiras de estar, aqueles que estão legais nem sempre são muito melhores que os que eles dizem ser ilegais, resolvi colocar aqui a minha opinião sobre os dois, por concordar com a revolta do rpatricio:
Andei apenas uma vez de Uber e dezenas de vezes de taxi e posso apenas dizer que o que escrevo a seguir não pode ser aplicado à generalidade dos taxistas, mas por amostragem das minhas viagens, aplicar-se-á a uma percentagem não tão pequena quanto se poderia à partida assumir.
Quanto ao facto de a Uber ser ilegal, não contesto, não tenho pleno conhecimento para o fazer. Agora, quanto aos taxis, certamente alguns beneficiarão de uma legalidade "esticada ao máximo". Deixo abaixo a minha experiência, com o que já me fizeram em táxis em LX, o que vi e senti como utente, e como alguém que partilha a estrada com eles:
Ética profissional dos motoristas de taxi:
Viagem Aeroporto (chegadas) - João XXI, perto da Avenida de Roma: trajecto do motorista: pela 2ª Circular, campo grande, campo pequeno, João XXI. (nesta nem reclamei, porque depois ainda arranjava um caldinho, e afinal, era a empresa que pagava, não me fez grande mossa. Mas no fim ainda me fez má cara quando depois de pagar e me dar o troco, lhe pedir a factura...). E quanto a este tipo de "abuso", não sou só eu que o digo. Como já foi dito inclusivamente aqui, são muitos os que se queixam deste facto e os nossos taxistas conseguem até já ter fama no estrangeiro, e não é de agora, como se pode ver por estes exemplos, mas muitos mais haverá no google:
https://www.virtualtourist.com/travel/E ... -BR-1.html ;
http://www.portugaldailyview.com/whats- ... ripped-off
Pelo menos mais 2 ou 3 vezes dessa dezena que andei, factura, só depois de pedir e às vezes repetir o pedido, que para alguns isto de passar logo é complicado.. provoca calos nos dedos a passar, talvez? (Nota que nunca ninguém se recusou a passá-la depois de ser pedida). Quanto a trajectos, como conheço pouco, não sei quais os mais correctos em muitos percursos, mas o meu tom tom, com tráfego activo, mandava-me muitas vezes por percursos diferentes. Dou o benefício da dúvida a quem conhece. O GPS faz análises cruas do percurso baseado no tráfego e pode estar errado.
Estado das viaturas:
Algumas viaturas estão "em excelente estado de conservação", com perto de 15 a 20 anos, interiores "a cair aos bocados", fazem quase tanto barulho e são quase tão confortáveis como um autocarro, e emitem uma fumarada que não se pode estar atrás deles no trânsito. (mas no entanto eu não posso ir com o meu CI de 1999 para o centro de Lisboa, mesmo não se vendo nenhuma nuvem atrás de mim quando ando com ele... Parece-me justo...) Mas acredito que todos os taxi tenham as inspecções em dia, como certamente me vão responder. (enfim, isso não será culpa dos taxistas propriamente ditos, será mais do Estado. Aquele que os taxistas tanto querem que actue para parar a Uber, mas que devia actuar também para assegurar que a regulamentação da classe estipula requisitos mínimos para se manter um veículo em serviço de taxi, e também a validar se as inspecções são bem feitas e iguais para todos. E se o são e os problemas aparecem "depois de ter ido à inspecção", talvez se deva dar direito às autoridades para quando detectassem situações passíveis de ser anómalas, obrigar a uma inspecção no período de x dias, mesmo que gratuita para não penalizar quem não infringe, mas que seja rigorosa. Afinal, um taxi não é um veículo particular, deve ter um maior controlo, e não passa por dizer que se faz uma inspecção de x em x tempo...
(Agora sendo mauzinho

... se os carros estão todos bons, e nas praças de taxis só param taxis, de ondem vem o óleo que se vê no pavimento? Do meu carro não é certamente...)
Profissionalismo:
Com tanta legislação e tendo em conta a profissionalização, era de esperar que um taxista fosse o primeiro (ok, 2º, a seguir às autoridades), no que toca a conhecimento e respeito pelo código da estrada, mas o certo é que aparentemente, muitos continuam a pensar que o taxi tem um pirilampo azul no tejadilho e vai em missão de urgência sempre que sai da praça... Experimentem ir dar umas voltas à Rotunda do Relógio, por exemplo, e uso esse local apenas por ser onde passo mais vezes (umas 2 ou 3 por semana), e vão ver "n" taxistas que pensam que as rotundas são para fazer pela faixa da direita, mesmo quando se vai saír na 3ª saída, por exemplo (sim, o código só permite utilizar a faixa da direita se saír na saída imediatamente a seguir ao ponto onde nos encontramos). Ou então têm os que vão pela 4ª faixa (a da esquerda), porque flui melhor, e depois na última saída antes da deles, vai de cortar 3 faixas para a direita para saír e entrar na de bus. (Sim, os condutores "não profissionais" também fazem isto, e são muitos a fazê-lo... mas nós não somos "profissionais", nem levamos uma ou mais pessoas no banco de trás que pagam para ir em segurança do ponto A para o ponto B.
Já quanto à vez que andei de Uber, funcionou tudo como prometido, o carro era recente e estava em bom estado, o motorista foi "profissional", por isso não tenho nada a apontar. Como não fui eu que chamei não posso dizer se o pagamento foi o correcto, mas o meu colega nunca comentou nada comigo, por isso assumo que sim. (como "added bonus", nós até pareciamos VIP, com direito a motorista de fato e gravata)
De novo saliento que o relatado acima é certamente sobre uma pequena minoria de taxistas, até porque das restantes vezes que andei, também não tenho nada a apontar.
Mas com tanta conversa e revolta por parte desta classe e com tantas acções que a classe (ou elementos dela, isolados ou em grupo) promove e que só os deixam mal vistos , como as que fizeram ao nosso colega de forum rpatricio, entre muitos outros cujos relatos se viram, inclusivamente na TV e jornais, achei por bem comentar, para ser mais um a dizer que deviam olhar para vocês mesmos com sentido auto-crítico e tentar recuperar o bom nome da vossa classe, antes de apontarem o dedo aos outros. Se a "vossa casa estiver arrumada", certamente que não só será mais facil terem força na vossa luta, como o "zé povinho" vos vai apoiar, em vez de vos olhar de lado e com desconfiança.
E pronto, pedindo desculpa pelo intempestuoso testamento, fui.
Saudações eléctricas