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LuisG Escreveu: 23 fev 2021, 18:48 Nós que temos a capacidade de carregar em casa, somos uma pequena minoria.

Não sei se somos realmente uma minoria tão pequena quanto isso...

Segundo o PORDATA a percentagem de portugueses que moram em moradia é de 54,4%. Suponho que destes 54,4% a grande maioria consiga carregar em casa.

Dos restantes 45,6% portugueses que moram em apartamento, uma parte também consegue carregar em casa, embora certamente menor que no caso das moradias. Conheço vários casos destes.

Fonte:

https://www.pordata.pt/Europa/Popula%c3 ... )-1528-961

É nos grandes centros urbanos que o VE faz mais sentido. Só na Area metropolitana de Lisboa e Porto, vive 45% da população e 54% não viverá em moradias.

Do ponto de vista da qualidade do ar, sem dúvida que é nas grandes áreas metropolitanas que os VE fazem mais sentido. Mas do ponto de vista das emissões de CO2 já não tenho essa opinião, bem pelo contrário. As populações fora das grandes urbes não têm em geral alternativa a usar os seus veículos em todas as suas deslocações e por isso é também importante que façam a transição para veículos elétricos. Carregar em casa para essas, em geral, não será problema.

Mesmo apesar de achar que terás razão que nas AM a percentagem de pessoas a viver em apartamentos será superior (mas não muito superior!), gostava de ter dados mais concretos.

O meu ponto aqui é que a perceção geral (também já foi a minha) de que a maioria da população vive em apartamentos é falsa.

mjr Escreveu: 23 fev 2021, 21:53 As populações fora das grandes urbes não têm em geral alternativa a usar os seus veículos em todas as suas deslocações

Isto. Muito isto. Eu moro na Cidade da Mealhada, a minha esponja trabalha na Cidade de Coimbra e arrisco a dizer (estatística tirada do ar) que 9+ em cada 10 pessoas na situação dela vão de carro.
Eu trabalho a 2km de casa e ando de carro de serviço (a gasóleo, mas isso há-de mudar ) porque não tenho nem horário nem "poiso" para trabalhar.

Tenho alguns amigos que moravam aqui na parvónia e estão em Lisboa há alguns anos, centro ou periferia. Nenhum usa carro nas deslocações pendulares, excluindo a vinda à terrinha.

Isto dos transportes públicos é giro e tal, mas não se esqueçam que há Portugal para lá de Lisboa e Porto...

mjr Escreveu: 23 fev 2021, 19:43 Dos restantes 45,6% portugueses que moram em apartamento, uma parte também consegue carregar em casa

Mais uma vantagem da parvónia, a larga maioria dos prédios daqui (onde me incluo) tem garagem ou lugar de garagem dedicado. Com esforço mínimo essas pessoas passam a VE com carregamento doméstico na boa.
Sem dúvida que nas grandes áreas metropolitanas a realidade é diferente, mas não totalmente diferente.

LuisG Escreveu: 23 fev 2021, 21:19 Só na Area metropolitana de Lisboa e Porto, vive 45% da população

Desta vez tenho de discordar (não da percentagem, mas da abrangência da "área metropolitana"). A AMP inclui concelhos como Arouca, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis (será pela indústria reinante? Outro tópico ). Sendo óbvio que não é aqui que está o grosso da população do Porto, há largas dezenas/centenas de milhar sem grandes constrangimentos no carregamento doméstico.
Lisboa será menos rural mas alguma parte também teria facilidade em conseguir carregamento doméstico.

Isto para dizer que essa métrica é potencialmente falível. Obviamente também (tentando voltar ao tópico) que é nesses grandes centros que importa dar acesso a um carregamento barato e lento durante a noite. Algo que é potencialmente possível com uma tomada, não é possível no modelo da rede pública.

Sim, também tinha (erradamente até agora) essa percepção.
Ainda temos um longo caminho pela frente. Existem muitos desafios.
Tenho conhecimento de um caso que vivendo em apartamento e comprando garagem para acomodar a compra de VE, até ter energia na garagem para carregar o carro, foi uma verdadeira odisseia (devido à potência certificada) que só terminou após 10 meses, depois de muitas peripécias, €€ e alguns cabelos brancos. Nem mesmo quando se pensa ter as condições às vezes é fácil. Estes casos são uma exceção mas existem.

Isso é toda outra discussão, mas imagina que em vez de descontar às empresas IVA de carros de 76k€, o estado apoiava as obras para que milhares/ões de pessoas tivessem esse problema resolvido

Como são excepções a minha garagem: ligada ao quadro do apartamento com cabo de 6mm2, uma construção do ano 2000! Mas existem.

Estive a ler os últimos comentários em que fiz um pequeno apanhado dos "entraves" a adopção de um VE. O que realmente para mim e para muitos de vocês foi peanuts, porque talvez tenhamos conseguido perceber que as mais valias de ter um VE são muito maiores do que as chatices, temos de ver que para outros pode (não é) não ser assim tão linear.

- Preço de um VE vs ICE
- Autonomia (é uma não questão como nós sabemos, mas deve ser o mito que mais tempo vai levar a desaparecer).
- Rede de carregamento
- Poder carregar em casa
- Facilidade de Adaptação / alteração para carregar em casa

Pensem em quem esta comprador de um carro e olha para este cenário...

Nonnus Escreveu: 24 fev 2021, 09:17
- Preço de um VE vs ICE
- Autonomia (é uma não questão como nós sabemos, mas deve ser o mito que mais tempo vai levar a desaparecer).
- Rede de carregamento

- Preço de um VE vs ICE - Isto será de outro tópico, mas "atalho de foice", dependerá essencialmente de vontade politica e comercial. Costumo ver os videos do Bjorn, recentemente testou a EQV da Mercedes, com preço salvo erro de 70k NOK e equivalente combustível 100k NOK. Em PT, site oficial, EQV a partir de 79.441€, ICE desde 60.704€ ! Qual venderá em PT ? A resposta parece obvia.

- Autonomia (é uma não questão como nós sabemos, mas deve ser o mito que mais tempo vai levar a desaparecer).
- Rede de carregamento

O meu ponto, é este mesmo, estes dois temas estão bastante correlacionados, sempre disse, que o problema não é autonomia do VE mas sim a rede.
Temos aqui no forum, dezenas de relatos, de utilizadores de Leaf 1ª geração e clones, que percorreram o país, haja tomada disponível! Querer VE com a mesma autonomia dos ICE, para mim é quase utópico, não se justifica, é desnecessário. Tenhamos rede, e o carro vai a todo o lado.
Com o estado atual deste modelo, com esta confusão na rede que ninguém se entende e preços praticados, quem está comprador dificilmente dará o salto.
Juntando outras pequenas duvidas, à diferença de preço VE vs ICE aliado ao custos de carregamento (fora de casa) Vs abastecimento combustível, não compensa. Por defeito as mudanças são difíceis, é normal, mas assim ainda mais.
A ME, continuará avançar, mas a transição tem potencial a ser mais rápida.

LuisG Escreveu: 24 fev 2021, 10:10 Juntando outras pequenas duvidas, ...
A ME, continuará avançar, mas a transição tem potencial a ser mais rápida.

Eu apenas fiz o resumo do que foi escrito até agora. Porque se formos mais abrangentes o principal motivo que atrasa a mudança é sermos reticentes a essa mesma mudança por natureza. A dificuldade que muitos de nós temos em adoptar o que é novo e diferente quando se conhece uma coisa que é um dado adquirido desde que nascemos. Ou quando vais a um concessionário e te dizem pelo preço de um ZOE vendo-lhe dois Clios (aconteceu-me a mim), se já não vais muito convicto por tudo o que já foi escrito, então é aqui que muitos ficam pelo caminho.

Isto tudo para dizer que o nosso modelo é só mais um entrave no meio de tantos.

zeuz Escreveu: 23 fev 2021, 18:28

rimsilva Escreveu: 23 fev 2021, 17:42 Sei de bons exemplos, de utilizadores de i3 94Ah BEV que percorreram até ao inicio da pandemia entre a 50.000km/65.000km ano, não são propriamente poucos kms para um VE de 200km de autonomia.

São muitos quilómetros/ano, mas são maioritariamente quilómetros pendulares, i.e., casa-trabalho-casa.
Não é sobre esse cenário que o @LuisG comenta.

Não, são km em trabalho.