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Caros e Caras

Desde a minha última intervenção tenho seguido atentamente este tópico e gostava de partilhar alguns pensamentos.

Desde já tenho a dar os Parabéns pela forma motivante, por vezes desafiante que alguns membros defendem esta via e que pretendem levá-la para a frente, contudo temos de ter em atenção que cada um de nós tem as suas motivações para ser condutor de VE.

Continuo a afirmar que esta solução é viável desde que em parceria e harmonia com todos os intervenientes já mencionados nos comentários anteriores. Para acalmar muitos ânimos penso que numa primeira fase era importante que um grupo de users se juntassem e analisassem as diferentes possibilidades de montagem da rede (Esta reunião poderá ser presencial ou utilizando as novas tecnologias). O recurso à escrita num tópico como este é importante mas pode ser bastante difícil fazer-se compreender pois o nosso português é traiçoeiro.

Apenas como sugestão penso que há alguns assuntos que são importantes estarem resolvidos antes de qualquer esforço, tais como

- Orçamento de Preço de diferentes tipologias de Carregamento
- Abertura das Corporações de Bombeiros Voluntários para este projeto (Via associação nacional)
- Possível parceria com a Coopernico - tarifa especial Bombeiros
- Estudo das necessidades de PCR em Portugal (Localização)

Volt, segundo as informações que me foram dadas por algumas empresas que os fabricam e vendem, podem custar desde 15 mil € tudo incluído, até 30 mil €, ambos com as 3 mangueiras. A garantia é de 2 anos em ambas as marcas. A manutenção depende, tem vários níveis, mas a manutenção, a electricidade (com média de 3 a 4 cargas rápidas por dia) e afins, custa cerca de 5 mil € anuais, sem qualquer tipo de energias renováveis, e com os preços publicados no site da erse. Com energias renováveis, são mais 16 a 20 mil € de investimento inicial, mas os custos passam a ser praticamente nulos, ficando os painéis pagos em cerca de 5 anos.

São contas complicadas e com valores altos, daí ser necessária ajuda, e muita.

Dos 4 tópicos referidos beme83, as 3 primeiras tentámos tratar por email e telefonemas, mas 2 ou 3 pessoas a tentar é capaz de ser pouco, parece-me que precisamos de reforços

O estudo das necessidades dos pcr's é a mais complicada de tratar, mas como precisamos das 3 primeiras, tem ficado para trás, mas pode-se fazer uma sondagem para se perceber quais são as melhores localizações, e as que devemos dar primazia.

Fil Escreveu:...Com energias renováveis, são mais 16 a 20 mil € de investimento inicial, mas os custos passam a ser praticamente nulos, ficando os painéis pagos em cerca de 5 anos...

E a energia dos painéis é guardada onde?

VETL Escreveu:

Fil Escreveu:...Com energias renováveis, são mais 16 a 20 mil € de investimento inicial, mas os custos passam a ser praticamente nulos, ficando os painéis pagos em cerca de 5 anos...

E a energia dos painéis é guardada onde?

Vendida totalmente, ou em sistema híbrido para não se pagar a hora de ponta.

Fil Escreveu: Vendida totalmente,...

Ao abrigo de quê e a que preço?

Fil Escreveu:... ou em sistema híbrido para não se pagar a hora de ponta.

Como é que isto funciona?

rpatricio Escreveu:Já é um começo, mas a minha proposta seria uma abordagem diferente mas que obviamente considere o parâmetro do custo.

Para compreendermos a viabilidade do projecto teríamos que Identificar:

1º Um conjunto de percursos que poderão atrair um maior número de pessoas (ex: Porto <-> Coimbra ou - Lisboa <-> Évora);

2º Nº de postos necessários;

3º Começar a criar uma lista com os interessados;

4º Possíveis localizações (bombeiros, terrenos privados, fabricas, bombas de gasolina porque não) onde os custos (electricidade e outros) seriam pagos em modalidade de aluguer por uma possível associação que viesse a ser criada.

5º Depois da associação criada e com um estudo já feito por nós poríamos "vender o projecto" junto das autarquias para colaborarmos num VERDADEIRO projecto "REPUTE".

6º Se não tivermos sorte no ponto anterior podemos avançar por conta própria a pouco e pouco sempre que exista dinheiro para as rotas definidas.

Mas podemos ir buscar gente de fora dou vos um exemplo, tenho um colega que vêm todos os dias das Caldas para Lisboa de autocarro ele e a mulher e cada um paga aproximadamente 250€ de passe, se existisse um PCR provavelmente ele estava disposto a mudar para carro eléctrico porque facilmente rentabilizava o investimento.

Concordo plenamente contigo rpatricio.

Podíamos "vender" o projecto às CMs. Mas elas só estariam disponíveis para o "comprar" se estivessem em jogo fundos comunitários que comparticipem grande parte das verbas.
A entrada delas neste projecto é um pouco difícil, dado que lhes estamos simplesmente a pedir dinheiro e isso já elas estão habituadas todos os dias de vários quadrantes. Para que isso funcionasse tínhamos de lhes "vender" o projecto com bom poder de argumentação, espírito crítico, influência e mais-valia por estarem ligados a este projecto.

Adicionalmente, para darmos um grande empurrão a este projecto, vamos "vender" este projecto aos construtores de VE, dado que o modelo levado a cabo nos outros países é serem as marcas a criarem a sua própria rede de PCR.
Aqui, eles adoptaram a colocação de 1 ou 2 PCR nos seus stands que demonstram maior procura pela compra de VE e como a legislação não lhes permite "vender" electricidade, eles também não estão muito disponíveis para a oferecer, dado que assim cometeriam um erro de palmatória que é incentivar os users de VE a irem encher as suas baterias diariamente ao seu stand, o que no futuro lhes causaria problemas a nível do custo com energia ser exorbitante.
O modelo que pretendia adoptar é o pagamento de um "acesso" à rede, para garantir que todos os VE vendidos por esta marca serão sempre compatíveis com estes PCR, e adicionalmente o pagamento de um passe grátis de energia por exemplo durante 1 ano para todos os VE vendidos por eles. Ao fim de 1 ano, o user decide pela renovação ou não desse serviço oferecido pela marca.

Quanto ao exemplo dado do colega que faz todos os dias Caldas da Rainha-Lisboa, infelizmente não é o tipo de utilização que pretendemos incentivar. Imagina que ele demora habitualmente 1 hora de viagem e sai com cerca de 1,5 horas de avanço para Lisboa. Faz os primeiros 30 minutos e espera encontrar o PCR totalmente disponível para si, mas comoveste rede está a ter bastante adesão e interessados no carregamento, o mesmo já está a ser ocupado por um user e já está outro a beneficiar de alguma potência disponível simultaneamente e ainda vai precisar de terminar o seu carregamento. Obviamente que o carregamento vai demorar mais tempo que o planeado pelo teu amigo.

O principal objectivo desta rede é ligar grandes distâncias e fazer o percurso a cada 80/100kms do PCR mais próximo, mas não vamos encher as grandes e médias cidades de PCR para incentivar o seu uso diário e frequente, senão não podemos disponibilizar uma quota de acesso a esta rede com um valor competitivo. O custo da energia, mesmo que conjugados valores bastante competitivos de tri-horária ou energias renováveis não é assim tão baixo. Por exemplo, uma simples carga de um Leaf com apenas 20kW de carga custariam na melhor das hipóteses 2€ é só daria para 100kms em média, sem ser a passo de caracol e em percursos bem vantajosos.
Para as cargas mais demoradas já existem muitos pontos de carga lenta dentro das cidades que podem estar várias horas a carregar as baterias sem pressas, enquanto trabalhamos ou passeamos nessa cidade.

Vamos tentando debater e estudar mais opções e ir desenvolvendo o modelo mais vantajoso.

Conto com todos vocês, principalmente com as vossas ideias. Obrigado pelo enorme debate e interesse.

Realmente o exemplo de Caldas da Rainha não é muito feliz. De Caldas a uma zona central de Lisboa são 95 km. Apesar do relevo, parece-me uma distância perfeitamente exequível para vários VEs atualmente no mercado, desde que não se vá a abrir a 110-120km/h. Postos de carga lenta no interior da cidade parecem-me mais do que adequados para quem passa um dia a trabalhar na cidade.

joaocfgoncalves Escreveu:Só hoje li todo o tópico. Estou nessa, e juntos pensaremos melhor, e agiremos com força.

1000 utilizadores de VE ainda não há? As marcas de VE seriam a principal divulgadora do sistema que se pretende criar. E seriam necessário apenas PCR? A opção de semi rápida seria um mal menor. A juntar aos utilizadores, as marcas teriam benefícios, bem como todas as outras empresas de serviços e peças deste tipo de mobilidade.

Correctíssimo João.

As marcas é que podem fazer a diferença e mesmo que elas não tenham estado muito presentes até hoje, as coisas estão a mudar e os interessados na poupança dos eléctricos estão a obrigar a que isso aconteça. Cada vez vendem-se mais VE e vamos ser nós enquanto users que os vamos pressionar a virarem-se para a sustentabilidade eléctrica.

A questão da semi-rápida já foi várias vezes discutida aqui e atéreune muitos adeptos, dado que é bastante mais barata a sua instalação, menos "profissional" e envolve necessites de potência de metade, mas a questão é que isso confronta com a falta de standardização com todos os VE. Podemos aqui ou ali reforçar com a colocação de um PCR a instalação de um semi-rápido, para tentar anular ou diminuir as filas de espera. Alternativamente e em casos de localizações mais específicas, podemos adoptar esta carga, mas seria bem mais fácil se todas as marcas o permitissem. Com menos dinheiro teríamos uma rede mais vasta e não existiriam eventualmente filas como podem ocorrer nos PCR. Mas, ao mesmo tempo, quanto menos tempo demorar, menos filas existem, percebes?

Temos de estudar as melhores opções com todos os pormenores.

Obrigado pela tua participação e mantêm-te atento e participativo no fórum.

Fil Escreveu:Os pcr's podem e devem ter as 3 mangueiras, e com possível utilização de duas ao mesmo tempo. Desta forma já temos os rápidos e os semi-rápidos lado a lado. Poupa-se dinheiro e é melhor para todos.

Como diz o Fil, o importante é garantir a simultaneidade dos carregamentos, pois assim usamos ao máximo a potência instalada e carregamos vários VE. Eventualmente poderíamos ter um de carga semi-rápida para evitar filas de espera, mas nem todos os construtores de VE o disponibilizam. E teríamos mais um custo adicional: contratar ainda mais potência do que os cerca de 40kW já garantidos...

Há partida os PCR são o ideal. Depois devemos estudar e adaptar o modelo para trazer mais eficiência em função da utilização e da zona em que o mesmo está instalado.

meira78 Escreveu:Um dos nossos amigos aqui presentes no fórum que é bem conhecer da realidade da gestão das redes em cada país, poderia ajudar-nos a perceber que entidades se podem candidatar a fundos comunitários.

E a questão da legalidade da criação de uma rede à parte da Mobi.E, mesmo não cobrando por energia, mas sim por acesso a um serviço de uma associação sem fins lucrativos/cooperativa, gostaria de ver bem discutida...

Gostava de obter ajuda nesta área. Sabem quem é o ser?