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BrunoAlves Escreveu:Sei sim, a UVE tem um vídeo bestial sobre essa temática

A quantificação dos incentivos não é relevante, é a existência deles para alguns tipos de PHEV que não concordo...

Depreendo das suas palavras que defende que os incentivos aos PHEV's deveriam ser iguais aos CI's. Ou seja, inexistentes.

Esclarecedor!

O sarcasmo é desnecessário. É a minha opinião, justifico-a e nem sequer é fundamentalista. Pode não concordar com os meus pontos de vista, pode contrapo-los se quiser.

Alguns tipos de PHEV, sim, deviam ter os mesmos incentivos que os ICE. Curiosamente (ou não ) são exactamente os que figuram (maioritariamente) nos lugares cimeiros das vendas da respectiva classe, todos carros caros e que se destinam a um mercado alvo muito específico: carros de topo para empresas e respectivos cargos de topo, desenhados para cumprir os mínimos olímpicos (leia-se autonomia eléctrica ridícula) de uma legislação fiscal já muito desactualizada.
Cabe na cabeça de alguém, no final de 2017, que o limiar para atribuição de benefícios fiscais sejam 25km eléctricos?

Já agora, para que não ache que sou só má língua, ainda esta semana um cliente que sabe que tenho um VE me ligou para trocar umas impressões. Tem uma empresa, quer trocar de carro e o que é que ele quer comprar? Ora lá está Mercedes C350e ou BMW 330e.
Disse-lhe "epa mas esses carros têm muito pouca autonomia eléctrica, vais estar sempre a gasolina, vê lá se não há outras alternativas que te sirvam". Resposta dele: "pá, estive a ver os benefícios aplicáveis, só na dedução do IRC e tributação autónoma fica-me muito mais barato que um diesel equivalente, mesmo que só ande a gasolina".

Portanto os meus impostos gastos a apoiar isto, não obrigado.

BrunoAlves Escreveu:O sarcasmo é desnecessário. É a minha opinião, justifico-a e nem sequer é fundamentalista. Pode não concordar com os meus pontos de vista, pode contrapo-los se quiser.

Alguns tipos de PHEV, sim, deviam ter os mesmos incentivos que os ICE. Curiosamente (ou não ) são exactamente os que figuram (maioritariamente) nos lugares cimeiros das vendas da respectiva classe, todos carros caros e que se destinam a um mercado alvo muito específico: carros de topo para empresas e respectivos cargos de topo, desenhados para cumprir os mínimos olímpicos (leia-se autonomia eléctrica ridícula) de uma legislação fiscal já muito desactualizada.
Cabe na cabeça de alguém, no final de 2017, que o limiar para atribuição de benefícios fiscais sejam 25km eléctricos?

Já agora, para que não ache que sou só má língua, ainda esta semana um cliente que sabe que tenho um VE me ligou para trocar umas impressões. Tem uma empresa, quer trocar de carro e o que é que ele quer comprar? Ora lá está Mercedes C350e ou BMW 330e.
Disse-lhe "epa mas esses carros têm muito pouca autonomia eléctrica, vais estar sempre a gasolina, vê lá se não há outras alternativas que te sirvam". Resposta dele: "pá, estive a ver os benefícios aplicáveis, só na dedução do IRC e tributação autónoma fica-me muito mais barato que um diesel equivalente, mesmo que só ande a gasolina".

Portanto os meus impostos gastos a apoiar isto, não obrigado.

Quase completamente de acordo.
Mas ainda há pior Bruno. A dedução do IVA neste tipo de viatura é que não tem ponta por onde se lhe pegue...
Façam as contas e vejam só em IVA, quanto é que isto não custa. Face aos recursos limitados, se estes valores fossem alocados ao prioritário, muito mais e melhor poderia ser feito.
Eu ainda tento encontrar/encaixar outros pontos de vista, mas não encontro qualquer justificação válida para tamanha estupidez. Visão limitada a minha com certeza...

Já agora podes explanar essas contas do IVA? Pretty please?

Alx99 Escreveu:E qual é o problema de alguns veículos vendidos a empresas terem tratamento fiscal favorável?

Um problema que vejo é mesmo ajudar a vender carros com 200 e tal cavalos a gasolina que "nunca" andam em modo elétrico...

BrunoAlves Escreveu:Já agora podes explanar essas contas do IVA? Pretty please?

A grande vantagem para as empresas em adquirir estes veículos com autonomias ridículas em modo elétrico é a dedução do IVA.
No caso dos híbridos Plug-in, o IVA na aquisição é dedutível para um valor de aquisição até 50.000€ (+ IVA).
Como nestes indicados em particular atrás se trata de veículos no segmentos de luxo, vêm normalmente com preços base adicionados de um pacote de equipamento extra que os colocam "por coincidência" num valor próximo desse teto dos 50k + IVA...
Claro que compreendo que os empresários aproveitem isto e até prevejo que nos últimos meses estes números subam significativamente.
Mesmo assim, se imaginarmos que até ao fim do ano 400 veículos destes venham a deduzir o IVA na aquisição, o valor pode ser bem superior a 4 milhões de euros. Isto comparado com a diminuição das TA's e com a isenção de 50% do ISV tem também muita relevância e é tudo logo à cabeça.
Será que estes valores fariam algo se fossem aplicados em veículos a sério ou na rede de carregamento?
Do ponto de vista político considero que isto visa apenas subsidiar a indústria fumarenta alemã com os nossos impostos, o que é inaceitável.
A solução seria em minha opinião subsidiar apenas veículos com mais de 80 ou 100Km de autonomia em modo elétrico de modo a que estes construtores parassem de brincar aos híbridos e iniciassem o lançamento para o mercado de algo com algum nexo.

Obrigado

Quando digo que estes carros são uma farsa, é exactamente por causa disto:

VETL Escreveu:(...)se trata de veículos no segmentos de luxo, vêm normalmente com preços base adicionados de um pacote de equipamento extra que os colocam "por coincidência" num valor próximo desse teto dos 50k + IVA...

Desenhados à medida para espremer benefícios fiscais, para um público alvo muito específico. Comparar apoios fiscais a estas farsas com os apoios dados a qualquer 100% eléctrico é para rir.

VETL Escreveu:A solução seria em minha opinião subsidiar apenas veículos com mais de 80 ou 100Km de autonomia em modo elétrico de modo a que estes construtores parassem de brincar aos híbridos e iniciassem o lançamento para o mercado de algo com algum nexo.

Sem tirar nem por.
Edit: aliás, justo mesmo era que os benefícios fossem para carros de tracção puramente eléctrica, associado claro à tal autonomia 100% eléctrica mínima actualizada para valores decentes. MCI como gerador e não mais, resolve o problema da autonomia ao mesmo tempo que não potencia estes abusos claros.

Obrigado pela partilha, VETL

VETL Escreveu:

BrunoAlves Escreveu:Já agora podes explanar essas contas do IVA? Pretty please?

A grande vantagem para as empresas em adquirir estes veículos com autonomias ridículas em modo elétrico é a dedução do IVA.
No caso dos híbridos Plug-in, o IVA na aquisição é dedutível para um valor de aquisição até 50.000€ (+ IVA).
Como nestes indicados em particular atrás se trata de veículos no segmentos de luxo, vêm normalmente com preços base adicionados de um pacote de equipamento extra que os colocam "por coincidência" num valor próximo desse teto dos 50k + IVA...
Claro que compreendo que os empresários aproveitem isto e até prevejo que nos últimos meses estes números subam significativamente.
Mesmo assim, se imaginarmos que até ao fim do ano 400 veículos destes venham a deduzir o IVA na aquisição, o valor pode ser bem superior a 4 milhões de euros. Isto comparado com a diminuição das TA's e com a isenção de 50% do ISV tem também muita relevância e é tudo logo à cabeça.
Será que estes valores fariam algo se fossem aplicados em veículos a sério ou na rede de carregamento?
Do ponto de vista político considero que isto visa apenas subsidiar a indústria fumarenta alemã com os nossos impostos, o que é inaceitável.
A solução seria em minha opinião subsidiar apenas veículos com mais de 80 ou 100Km de autonomia em modo elétrico de modo a que estes construtores parassem de brincar aos híbridos e iniciassem o lançamento para o mercado de algo com algum nexo.

Só agora li este tópico e partilho por completo desta opinião assim como de todos os aspectos referidos pelo Bruno, alias acho que desde o 1º dia que aderi a este fórum que tenho defendido isto mesmo.

Além de tudo isto, ainda considero que estes incentivos são um entrave à evolução (em autonomia) dos PHEV e consequentemente da ME, se não há metas desafiantes, a evolução será zero!

Considero que a grande responsável desta situação foi a Mercedes, com as autonomias vergonhosas do c350e, que levou a trás a BMW para tornar as coisas ainda piores. Até se pode ver esta situação como uma concorrência desleal para outras marcas e modelos que 1 ou 2 anos antes já apresentavam autonomias superiores.

Várias vezes já pensei em combater este flagelo na legislação verde, mas à falta de tempo também não é fácil reunir toda a informação (legislação onde está definido os 25km de autonomia mínimos, etc...) para mostrar os males que se está a impor ao Estado Português e à evolução da ME.

O mesmo se aplica à estratégia que a Tesla encontrou para vender os seus carros a baixo dos 62.500€+IVA , apesar de para a ME ser inquestionável o beneficio da venda destes carros, em termos de justiça fiscal e rigor contabilísticos é absurdo comprar um carros com o compromisso de pagar mais uns milhares de euros apenas para "fugir" ao fisco.

esta era a informação disponivel no incio do ano, não sei bem se entretanto a situação evolui ou não...

BrunoAlves Escreveu:

VETL Escreveu:A solução seria em minha opinião subsidiar apenas veículos com mais de 80 ou 100Km de autonomia em modo elétrico de modo a que estes construtores parassem de brincar aos híbridos e iniciassem o lançamento para o mercado de algo com algum nexo.

Sem tirar nem por.
Edit: aliás, justo mesmo era que os benefícios fossem para carros de tracção puramente eléctrica, associado claro à tal autonomia 100% eléctrica mínima actualizada para valores decentes. MCI como gerador e não mais, resolve o problema da autonomia ao mesmo tempo que não potencia estes abusos claros.

Concordo, desde que fosse sem efeitos retroactivos.