Re: Quem vai reservar um Model ≡?
Enviado: 03 abr 2016, 03:03
Faz bem as marcas aparecerem cada vez mais com mais opções eléctricas. E é bastante previsível que pelo menos até 2020 iremos ter várias alternativas em vários segmentos.
A Tesla veio (e está) a obrigar as outras marcas a mexerem-se. Eu se fosse a GM a Nissan, a Ford, a Mercedes ou a BMW, depois das 250.000 reservas em 3 dias do Model 3 começava a ficar um pouco preocupado.
É que dentro de 3 ou 4 anos, se estas não se mexerem, pode-lhes acontecer de repente o que o model S já anda a fazer com o segmento de luxo actualmente.
Por isso, não tenho dúvidas que estas marcas vão se mexer mais a sério e talvez parem de se comportar como se têm comportado até ao momento com o segmento eléctrico.
Agora, há um factor extremamente importante para qualquer marca neste mercado. E esse factor tem a ver com as baterias e mais especificamente com a produção de hidróxido de lítio (disponível e possível).
É este factor que limita a produção em grande escala (e o preço por consequência directa). Simplesmente não é possível fornecer 500.000 carros eléctricos hoje. O Elon Musk também referiu este ponto na apresentação. Seria necessário absorver toda a produção actual de lítio do mundo para conseguir tal feito.
O Model 3 só será economicamente viável (com o preço de $35.000) quando a Gigafactory conseguir produzir baterias a um custo pelo menos 40% inferior ao actual. A Tesla quer fazer isso usando uma nova tecnologia de baterias e integrado todo o processo de fabrico em grande escala num único local. Para o conseguir a GF vai precisar de muitas (muitas) toneladas de hidróxido de lítio nos próximos anos e por isso a Tesla precisa de sub-contratar vários fornecedores de hidróxido de Lítio de forma a assegurar a produção até pelo menos 2020.
Já agora, um aparte, este é um dos pontos que está a deixar alguns investidores um pouco mais apreensivos em relação à GF (e à Tesla). Até ao momento a Tesla assegurou apenas contratos com 3 pequenos produtores de hidróxido de lítio: A "Bacanora", a "Rare Earth Minerals" (duas minas no Norte do México) e mais recentemente a "Pure Energy Minerals" (localizada no estado do Nevada junto à GF — e estrategicamente muito boa). No entanto, a produção destas 3 empresas combinadas suspeita-se que apenas consigam fornecer cerca de 10 a 15% das necessidades da GF. O que significa que ou a Tesla vai comprar o restante lítio ao mercado a preços correntes (o que está longe de ser eficiente) ou terá que aparecer rapidamente um fornecedor importante.
Para se entender um pouco melhor este mercado, é preciso dizer que existem 3 empresas que juntas dominavam 85% do total da extração de lítio do mundo em 2013 — A "Albemarle", a "SQM" (o próprio estado do Chile) e a "FMC" na Argentina. Em 2014, a China entrou em força na exploração deste minério e apenas num ano ganhou, como produtora, 40% do mercado global (e fez descer a percentagem das "Big 3" para 53%) . No entanto, a China também é apenas o maior mercado consumidor de lítio do mundo com 54% das necessidade mundiais. O que significa que absorve uma quantidade muito significativa de lítio, fazendo estrangular como consequência, a produção de baterias em maior escala. Outra consequência sentida é que o preço do carbonato de lítio (a substância de onde se extrai o hidróxido de lítio usado nas baterias) subiu desde os cerca de $2.000/ton por volta de 2004 para os cerca de $6.500/ton hoje em dia e com perspectiva de maiores subidas nos próximos anos.
Ou seja, para qualquer marca que pretenda descer o custo das baterias de forma a reduzir os custos de produção dos VEs, o estrangulamento da matéria prima pela China e o aumento sustentado do preço por ton. claramente não contribuem para facilitar isso.
Entretanto, a Albemarle continua ainda como a super-potência mundial de extração de lítio e embora tenham já havido alguns rumores que a Tesla tenha feito um acordo com esta empresa para fornecimento do minério, nunca houve qualquer confirmação até ao momento.
Por isso, qualquer VE que venha para o mercado está, à partida, muito condicionado pela capacidade de produção do pack de baterias. A Tesla está a tentar resolver o problema com a GF. As outras marcas estão a delegar nos fabricantes de baterias a resolução dessas dificuldades mas essa estratégia nunca será tão eficiente em relação ao preço como a a estratégia da Tesla, se esta, claro, conseguir vir a assegurar o fornecimento directo de hidróxido de lítio em quantidades suficientes e abaixo do preço de mercado durante os próximos anos.
É por isso que o Elon Musk já várias vezes referiu que o Model 3 (a $35.000) só será possível com a a GF completa e a operar perto dos 100%.
Em relação à Tesla, o Elon Musk já de certa forma deu a entender pelo twitter que a Tesla vai precisar de alterar os planos de produção dado o volume de reservas. Esta alteração penso que irá passar pelo aproveitar dos valores mais altos que a acção se encontra para emitir mais acções optando assim pela diluição e ir ao mercado buscar 1 ou 2 Bilhões, o que é muito melhor opção do que contrair dívida. Parece-me que é o melhor momento para isso pois pode usar a justificação da super-elevada procura do Model 3 para aumentar (ainda mais) o investimento da empresa na GF e em outras fábricas, fazendo antecipar o ramp-up do Model 3.
A Tesla veio (e está) a obrigar as outras marcas a mexerem-se. Eu se fosse a GM a Nissan, a Ford, a Mercedes ou a BMW, depois das 250.000 reservas em 3 dias do Model 3 começava a ficar um pouco preocupado.
É que dentro de 3 ou 4 anos, se estas não se mexerem, pode-lhes acontecer de repente o que o model S já anda a fazer com o segmento de luxo actualmente.
Por isso, não tenho dúvidas que estas marcas vão se mexer mais a sério e talvez parem de se comportar como se têm comportado até ao momento com o segmento eléctrico.
Agora, há um factor extremamente importante para qualquer marca neste mercado. E esse factor tem a ver com as baterias e mais especificamente com a produção de hidróxido de lítio (disponível e possível).
É este factor que limita a produção em grande escala (e o preço por consequência directa). Simplesmente não é possível fornecer 500.000 carros eléctricos hoje. O Elon Musk também referiu este ponto na apresentação. Seria necessário absorver toda a produção actual de lítio do mundo para conseguir tal feito.
O Model 3 só será economicamente viável (com o preço de $35.000) quando a Gigafactory conseguir produzir baterias a um custo pelo menos 40% inferior ao actual. A Tesla quer fazer isso usando uma nova tecnologia de baterias e integrado todo o processo de fabrico em grande escala num único local. Para o conseguir a GF vai precisar de muitas (muitas) toneladas de hidróxido de lítio nos próximos anos e por isso a Tesla precisa de sub-contratar vários fornecedores de hidróxido de Lítio de forma a assegurar a produção até pelo menos 2020.
Já agora, um aparte, este é um dos pontos que está a deixar alguns investidores um pouco mais apreensivos em relação à GF (e à Tesla). Até ao momento a Tesla assegurou apenas contratos com 3 pequenos produtores de hidróxido de lítio: A "Bacanora", a "Rare Earth Minerals" (duas minas no Norte do México) e mais recentemente a "Pure Energy Minerals" (localizada no estado do Nevada junto à GF — e estrategicamente muito boa). No entanto, a produção destas 3 empresas combinadas suspeita-se que apenas consigam fornecer cerca de 10 a 15% das necessidades da GF. O que significa que ou a Tesla vai comprar o restante lítio ao mercado a preços correntes (o que está longe de ser eficiente) ou terá que aparecer rapidamente um fornecedor importante.
Para se entender um pouco melhor este mercado, é preciso dizer que existem 3 empresas que juntas dominavam 85% do total da extração de lítio do mundo em 2013 — A "Albemarle", a "SQM" (o próprio estado do Chile) e a "FMC" na Argentina. Em 2014, a China entrou em força na exploração deste minério e apenas num ano ganhou, como produtora, 40% do mercado global (e fez descer a percentagem das "Big 3" para 53%) . No entanto, a China também é apenas o maior mercado consumidor de lítio do mundo com 54% das necessidade mundiais. O que significa que absorve uma quantidade muito significativa de lítio, fazendo estrangular como consequência, a produção de baterias em maior escala. Outra consequência sentida é que o preço do carbonato de lítio (a substância de onde se extrai o hidróxido de lítio usado nas baterias) subiu desde os cerca de $2.000/ton por volta de 2004 para os cerca de $6.500/ton hoje em dia e com perspectiva de maiores subidas nos próximos anos.
Ou seja, para qualquer marca que pretenda descer o custo das baterias de forma a reduzir os custos de produção dos VEs, o estrangulamento da matéria prima pela China e o aumento sustentado do preço por ton. claramente não contribuem para facilitar isso.
Entretanto, a Albemarle continua ainda como a super-potência mundial de extração de lítio e embora tenham já havido alguns rumores que a Tesla tenha feito um acordo com esta empresa para fornecimento do minério, nunca houve qualquer confirmação até ao momento.
Por isso, qualquer VE que venha para o mercado está, à partida, muito condicionado pela capacidade de produção do pack de baterias. A Tesla está a tentar resolver o problema com a GF. As outras marcas estão a delegar nos fabricantes de baterias a resolução dessas dificuldades mas essa estratégia nunca será tão eficiente em relação ao preço como a a estratégia da Tesla, se esta, claro, conseguir vir a assegurar o fornecimento directo de hidróxido de lítio em quantidades suficientes e abaixo do preço de mercado durante os próximos anos.
É por isso que o Elon Musk já várias vezes referiu que o Model 3 (a $35.000) só será possível com a a GF completa e a operar perto dos 100%.
Em relação à Tesla, o Elon Musk já de certa forma deu a entender pelo twitter que a Tesla vai precisar de alterar os planos de produção dado o volume de reservas. Esta alteração penso que irá passar pelo aproveitar dos valores mais altos que a acção se encontra para emitir mais acções optando assim pela diluição e ir ao mercado buscar 1 ou 2 Bilhões, o que é muito melhor opção do que contrair dívida. Parece-me que é o melhor momento para isso pois pode usar a justificação da super-elevada procura do Model 3 para aumentar (ainda mais) o investimento da empresa na GF e em outras fábricas, fazendo antecipar o ramp-up do Model 3.