Nonnus Escreveu: 05 ago 2024, 08:16
BrunoFonseca Escreveu: 04 ago 2024, 21:34
O Hotel onde este video foi filmado, antes tinha Tesla Destination Chargers. Eu sei pois cheguei a utilizar.
Primeira pergunta: porque terá o hotel mudado do TDC para estes postos?
Tu deves viver num mundo utópico só pode. Então mas agora o Hotel é obrigado a fornecer um serviço de graça para o resto da vida? Uma coisa era em 2017 que havia meia dúzia de carros elétricos a circular e era uma forma de atrair clientes, a partir do momento que a exceção passa a ser a regra é normal as coisas mudarem. Ter 20 carros a querer carregar todos os dias é diferente de ter um por fim de semana. Eras tu que ias suportar esse custo?
Claro que mudou porque teve uma proposta mais vantajosa e recebe feeds por cada carregamento.
BrunoFonseca Escreveu: 04 ago 2024, 21:34
Workshops? Quem necessitar de ajuda sabe com quem pode contar.
Então, do teu ponto de vista, lá fora o dono do posto não tem de comprar energia, é isso? Isto é, o modelo de negócio contempla apenas a margem de lucro sobro o investimento efectuado no equipamento. Não estarás a ser demasiado ingénuo?
Isso é que é saber deturpar aquilo que eu escrevi, ou dificuldade de perceber que se o OPC não pode vender energia tem de arranjar outra maneira de ganhar dinheiro. Mete lá o OPC a vender energia e vamos ver se o mesmo OPC precisa de estar a alugar o posto ao minuto.
BrunoFonseca Escreveu: 04 ago 2024, 21:34
Não é por ser só em Portugal que se usa este modelo que fará dele pior que os outros.
Sim, inovação é romper com o status quo. No passado muito foram para a fogueira por pensarem diferente. Tinham pensamentos disruptivos (e correctos) mas como saía da norma eram condenados.
O que teria sido da ME se uns tipos que decidiram massificar o VE tivessem recuado às primeiras críticas, pois todos construíam carros a combustíveis fósseis?
Continuas no teu mundo utópico. O soldado com o passo trocado do resto do pelotão para a mãe dele é o único que esta certo.
BrunoFonseca Escreveu: 04 ago 2024, 21:34
O modelo não é o bicho papão que muitos querem passar.
A Mobi.e fez muita porcaria no passado (apagões e afins) e ganhou uma fama da qual já não se consegue livrar. Mas será tudo culpa da Mobi.e?
Não, não é. Tens como principal player em Portugal um operador cuja actividade core são os combustíveis fosséis, achas que vão fazer com que a ME seja atrativa?
Quantos CEME/OPC se preocupam com a experiencia de utilização... até agora só consigo identificar um, mas é caro.
É imperativo que os CEME/OPC acordem e não matem o próprio negócio.
Fizeste uma citação ao que eu escrevi mas em momento algum eu escrevi algo sobre a mobi.e. A mobi.e para mim é o menor dos problemas. Não é a mobi.e em particular que nos esta a levar ao problema que temos atualmente, é sim o modelo CEME + OPC.
Acredito que com a extinção do CEME do nosso modelo iria permitir o OPC ganhar dinheiro naquilo que é dele, o estar ligado a mobi.e era o menor dos problemas. Ainda que ache que não deva ser uma imposição, cada um deve ser livre de escolher. Se o sistema da mobi.e for realmente inovador, vantajoso, certamente todos vão querer estar ligados.
Onde é que eu disse que o Hotel tinha de dar esse serviço de graça para o resto da vida?
Mais uma vez, não concordo com a tua abordagem. Este até é um dos OPC que por norma não coloca valores absurdos. Só isso prova que o valor colocado neste posto não está relacionado com o investimento em si, logo não é por vender ou não energia que irás ter tarifas OPC mais baixas.
Uns são utópicos, outros são visionários, outros são negacionistas, há para todos os gostos. Não me ofendes minimamente com esses termos. Não é por seguirmos o que os outros fazem que fará de nós os melhores. Se este modelo tem muita coisa para melhorar, sim tem, mas também tem vantagens que os outros não têm. Eu não luto pelo modelo A ou B. O que eu pretendo é que a mobilidade eletrica em Portugal cresça, e alterar as regras a meio do jogo, simplesmente devido a uma marca, irá certamente criar incertezas nos investimentos que estão em curso. É isso que desejas?
Mais um ponto onde não concordamos. Vou fazer uma citação do DL 90/2014, nomeadamente ao ponto 6 do artigo 7º:
1 - A atividade de comercialização de eletricidade para a mobilidade elétrica só pode ser exercida por operadores de pontos de carregamento, devidamente licenciados.
2 - [Revogado].
3 - [Revogado].
4 - No exercício da sua atividade, o operador detentor de registo de comercialização de eletricidade para a mobilidade elétrica contrata o fornecimento de energia elétrica com os utilizadores de veículos que o requeiram e estabelece com os operadores de pontos de carregamento as relações jurídicas necessárias para assegurar o acesso, pelos respetivos utilizadores, aos pontos de carregamento.
5 - Os contratos de fornecimento de energia elétrica referidos no número anterior não podem discriminar pontos de carregamento, impedindo ou tornando excessivamente onerosa a utilização de certos pontos de carregamento, favorecendo injustificadamente a utilização dos demais.
6 - O disposto no número anterior não impede a aplicação de descontos nos preços de comercialização de eletricidade para a mobilidade elétrica ou a comercialização conjunta de serviços ou produtos diversos.
7 - Os contratos de fornecimento de energia elétrica referidos no n.º 4 devem permitir o acesso, quando solicitado pelo utilizador, ao fornecimento de eletricidade para a mobilidade elétrica em espaços privados de acesso privativo.
Isto é, um OPC pode ser só OPC, contudo, um CEME é obrigado a ser OPC.
Assim sendo, o OPC não pode discriminar os CEMEs ou vice versa se os tornar onerosos, contudo, e aqui é a parte interessante o ponto 6 diz que o CEME pode aplicar descontos na comercialização de eletricidade para a mobilidade elétrica ou a comercialização conjunta de serviços.
Com isto digo que, por exemplo, nada impede o CEME EDP apresentar descontos na componente CEME quanto um utilizador utilizada um PCVE EDP; ou o CEME GALP num PCVE GALP.
Só mais um coisa quanto ao que referes à imposição de ligar à Mobi.e.
O modelo consiste nisso. Todos têm de estar interligados. A partir do momento em que dás a abertura de uns poderem ou não estar interligado, perdes o efeito, o que se tornaria na negação do modelo.
Isto para dizer que ou há interligação obrigatória, ou não há. Não tem como conviverem os dois no mesmo ecossistema.