mjr Escreveu:A parte do morrer cheio de saúde era completamente dispensável e não faz qualquer sentido. Desse ponto de vista toda a medicina é inútil pois na verdade todos vamos morrer.
Neste momento já temos alternativas tecnológicas ao modelo coletor de recursos energéticos, pois já conseguimos gerar e armazenar energia de fontes renováveis em quantidades escaláveis. Nos EUA o uso do Diesel é marginal e não significa que lá as coisas sejam mais caras que cá. Uma introdução progressiva e programada (5-10 anos) de custos ambientais nos Diesel parece-me uma solução equilibrada.
Os EUA não são exemplo nenhum em questões de geração de energia ou de protecção ambiental. Basta pensar nas centrais nucleares e nas centrais a carvão fortemente poluidores do meio ambiente, que persistem em manter.
É igualmente uma falácia referir que o marginal uso dos diesel no EUA é devido a questões ambientais. Como bem saberá, esse situação deriva de outros factores, nomeadamente o baixo custo da gasolina, o interesse dos construtores americanos de automóveis, lobby das petrolíferas, hábitos enraizados dos utilizadores, etc, etc.
A realidade é que neste momento estamos ainda muito longe de ter as infra-estruturas necessárias para gerar, transportar, armazenar e distribuir energia de renováveis, em quantidades significativas, de forma consistente, fiável e duradoura. Para lá caminhamos, sem dúvida, mas ainda existe um longo caminho a percorrer. Não o querer aceitar é como enfiar a cabeça na areia.
Existem ainda os custos associados a estas soluções, que serão, no mínimo, exorbitantes. É que no fim do dia é sempre o mesmo a pagar, ou seja, o contribuinte/consumidor comum. Em que medida está o cidadão comum disposto a retirar aos seus parcos recursos, verbas para financiar a substituição dos meios poluidores por outros amigos do ambiente?
Veja-se o caso de Portugal com a substituição das centrais térmicas por fontes de energia renovável e quanto isso nos está a custar a todos, através dos contratos entre o estado e os operadores. Só para terem uma ideia, em Portugal quando as eólicas estão a funcionar, estamos, todos, a pagar as eólicas e simultaneamente as térmicas que estão paradas. Pensem no custo a que essa energia não sai. Daí deriva o preço que pagamos pela energia, que seria ainda mais caro não fosse a existência desse monstro que é o deficit tarifário, que todos vamos ter de acabar por pagar.
É muito bonito querermos ser os paladinos da mobilidade verde e da defesa do meio ambiente, mas basta abrirmos os olhos e vendo o que se passa à nossa volta para verificarmos o quanto há a fazer nestas matérias.
Que o contributo individual é importante, sem dúvida, concordo e aplaudo. Mas não chegam as boas intenções, é necessário dinheiro sobre a mesa. É a velha questão, querem mais, paguem mais.
Por último, quanto à questão da saúde, a medicina não é em nada inútil, mas pode ter a certeza, com ou sem poluição, com bons ou maus hábitos (nomeadamente alimentares), vamos todos morrer, seguramente, é melhor indo habituando-se a essa ideia. Querer endereçar culpas aos demais por não poder morrer saudável, é no mínimo caricato. Até a natureza é a muitas vezes poluidora.
Não se esqueça, ter saúde é algo provisório que não augura nada de bom.