Vamos então às impressões do Fluence ZE:
Nota-se bem que é um carro CI adaptado.
A bateria por causa do sistema Quick-Drop da Better Place em Israel é um paralelepípedo entre os bancos traseiros e a mala, e apesar de o Fluence ZE ter a mala mais comprida que a versão de combustão, o espaço de carga é comparável ao de um clio, com exceção da largura, devido ao veículo ser também mais largo.
Como já e costume nos VE, não tem espaço reservado para pneu suplente, trazendo o kit com compressor e "cola".
Se o veículo não tivesse sido estragado/condicionado pelo sistema da Better Place, tenho a opinião que seria bem melhor, já que a Kangoo ZE que está no concessionário, tem a bateria instalada no fundo, tal como o Leaf, não se notando qualquer diminuição da capacidade de carga face à versão de combustão.
Há também o aspeto peculiar de ter duas tomadas de carregamento, uma de cada lado, à frente perto das portas dianteiras, em vez de uma no centro, como o Leaf ou a Kangoo. São ambas tomadas J1772 (assim como a da Kangoo), e como tal, não há suporte para carga rápida (Não tem tomada Mennekes nem Chademo).
O instrumentos são mais arcaicos que os do Leaf.
Existe um pequeno ecrã LCD monocromático semelhante aos dos computadores de bordo da versão de combustão, e a indicação de velocidade, carga da bateria e a até de consumo instantâneo do motor são ponteiros analógicos eletromecânicos, em tudo semelhantes à versão de combustão.
O indicador analógico de consumo só indica potência fornecida, quando há regeneração, é indicada numericamente no LCD do computador de bordo, que também pode ser configurado para mostrar ou o balanço de potência (consumo/regeneração) ou a autonomia ou odómetro, não havendo possibilidade de visualização simultânea da autonomia e balanço de potência em simultâneo como no Leaf.
O sistema GPS é semelhante ao Fluence de combustão, notando-se a baixa resolução do LCD. Como não tinha o cartão, não deu apara experimentar.
A potência oficial do motor é 70 kW, no entanto, num pequeno troço de auto-estrada sem pórticos, foram mostrados picos de consumo de 75 kW, e de regeneração de 24 kW.
Aparenta-me ser mais pesado que o Leaf, e com menos 10 kW (ou 6 kW por causa do picos referidos) de potência, não é capaz de colar pessoas ao banco tão bem como o Leaf durante toda a fase de aceleração.
Fiz uma parte do percurso que fiz no Leaf do mjr (Avenida, Estrada Nacional, e rotundas) e o Fluence demora bem mais a saltar para dentro das rotundas que o Leaf.
O binário no momento de arranque é inferior, sentindo-se um impulso forte após se atingir os 10 ou 15 km/h. Talvez limitado por controlo de tração.
Não tenho no entanto a certeza da existência do mesmo, já que senti um pneu da frente derrapar ligeiramente nos arranques em curva para mudança de direção. Poderá eventualmente ser um limite de potência a muito baixa velocidade para evitar derrapar no arranque e não um verdadeiro controlo de tração.
O conforto geral, ignorando a falta de espaço na mala, e a instrumentação diria estar próximo do Leaf, no entanto o interior tinha cheiro a plástico novo que não notei no Leaf da Caetano Power do Porto. Não faço ideia de quanto tempo de uso tinha o Leaf que testei no Porto, mas vocês poderão dizer se o vosso Leaf quando novo vinha com cheiro a plástico ou não.
O aluguer de bateria na Renault foi-me confirmado como sendo a única opção, e com valores que oscilavam entre 106€ a 100€ mês conforme a duração de contrato escolhida.
Se pudesse comprar um VE agora escolheria o Leaf, por causa da modernidade do interface, da potência, do importante suporte de carga rápida e do espaço de carga entre outros. Como penso manter um carro por mais de 5 anos, o Leaf até sairia mais barato não fosse algum módulo da bateria degradar-se após a garantia.
A vantagem do Fluence é o custo inicial mais baixo para quem não tem o capital disponível à cabeça, e a "paz de mente" no que diz respeito à duração da bateria. No no entanto isto também se pode verificar com outros VE Reanult que não tenham sistema Quick Drop, libertando assim o espaço de carga da mala e que suportem carga rápida.
Outra vantagem que vejo é que daqui para a frente pode passar a existir um mercado de VE's usados e como a bateria tem que se alugar, deixa de haver a preocupação com o seu estado ao comprar usada. Assim, comprando um Fluence ZE usado, consegue-se minimizar o custo total de utilização.
Isto no entanto pode muito bem existir com baterias montadas no fundo do veículo.
Volto a insistir, que se não fosse por causa Better Place, não se notaria qualquer diferença de espaço entre o Fluence ZE e o Fluence Diesel.
Além da desistência do Quick Drop, o carro também merecia uma tomada de carga Mennekes para suportar carga rápida, e opção de compra da bateria ou aluguer abaixo de 70€ mês.
Malvado do Shai Agassi... Conseguiu estragar o Fluence!
