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https://observador.pt/2023/01/17/burla- ... a-o-outro/

Honestamente, acho que deveria ser ilegal num estado de direito uma empresa poder ter uma capacidade destas sobre um produto nas mãos do consumidor sem uma ordem judicial, ainda para mais porque não é um serviço que está a ser fornecido, mas sim a utilização de um produto... E com alguns fabricantes a começarem a cada vez mais optarem também por tentar ver se a moda de "produtos por subscrição" tipo aquecimentos e assim, se eles ganharem balanço isto ainda pode piorar, e eles nunca perdem...

Eu sempre fui um dos que aqui comentou que o aluguer de bateria era um péssimo negócio para o utilizador. Mas independentemente disso o negócio existe. O problema aqui é que a RCI leva muito tempo actualizar os contractos quando o carro é vendido e os burlões viram uma oportunidade de negócio explorando essa falha. Eu fiquei a perceber isto depois de ter entrado em contacto com um individuo que ia buscar os carros a França vendia o carro e documento para transferência de contrato com RCI nem vê-lo. A explicação era que depois a RCI logo enviava o contracto. Aqui a burla é quem comprar o carro com um preço muito atractivo depois vai ter que pagar muitos meses de aluguer da bateria desde que o antigo dono vendeu o carro. Ao contactar a RCI a pedir informações sobre o contracto, recebi como resposta que só me podiam fornecer os dados depois de eu comprar o carro, devido a protecção de dados. Conclusão existe aqui uma falha temporal muito grande entre a compra do carro e a notificação da RCI.

O mais incrível foi a explicação do individuo que representa os burlões neste caso que foi noticiado hoje. "Nós não enganamos ninguém, porque o carro ao ser vendido o contracto de aluguer cessa". Ora se assim fosse era comprar o carro e no dia a seguir vendia-se ao primo e deixava de haver contracto.

O primeiro passo foi dado agora tenho sérias dúvidas que se traduza em prisão efectiva e em devolução do dinheiro a quem foi enganado.

É que para ser obrigado a devolver o dinheiro terá que ser outro processo iniciado por quem foi burlado a exigir a devolução do dinheiro.

Mas ao menos vai servir de exemplo para outros que por aí andam a fazer o mesmo.

A Renault Portugal entretanto desbloqueou todos esses veículos, e dai ter partido com um processo-crime contra o visado (Alberto Ramalho).