A estratégia da Nissan com o Leaf falhou!

[Nonnus]

Já discutimos muitas vezes acerca da estratégia da Nissan de como projectou o Leaf desde a primeira geração em 2011.

Considerado o primeiro carro acessível as massas, mas passado 12 anos o que podemos ver é que a Nissan neste momento deve estar muito arrependida de ter seguido um caminho que mais nenhum fabricante seguiu.

Com o passar dos anos o problema das baterias dos Leaf parece estar agravar e neste momento parece haver um crescente número de carros a precisar de baterias ao abrigo da garantia. Tendo só em consideração o nosso país que não serve muito de exemplo porque somos um mercado muito pequeno em comparação com outros países, somos tão pequenos que algumas marcas nem sequer vendem certos modelos no nosso país e outros modelos chegam depois de muitos meses do lançamento. Ainda assim consegue-se perceber que a Nissan neste momento esta a passar por maus lençóis com a questão das baterias para os Leaf, sejam eles de 24,30, 40 ou 62. A Nissan neste momento não tem baterias para entregar aos clientes. Existem carros parados há vários meses por falta das mesmas e todos os dias aparecem novos relatos de proprietários com problemas nas baterias.

Se agarrarmos no nosso exemplo e pensarmos que em outros mercados esta acontecer o mesmo, então temos milhares de carros espalhados por todo o mundo na mesma situação. O que pode explicar a ruptura e a demora na resolução do problema.

Os Leaf de 30 por esta altura estão muitos apresentar a queda da 4ª barra, os Leaf de 40 tem apresentado o tal problema das células inchadas e já começa haver relatos do mesmo problema nos Leaf de 62.

Olhando para isto parece-me a mim que a Nissan criou um grave problema a si mesma em querer ter um carro que pouco evoluiu em 12 anos, mudando a capacidade das baterias, mas não criando as condições ideais para estas ter uma longevidade maior. O resultado esta a vista.

Ou a Nissan ao longo destes anos teve uma margem de lucro enorme com o Leaf, ou então esta a perder muito dinheiro com o mesmo devido ao número de baterias que esta a substituir em garantia.

Se pensarmos mais a frente este problema afecta a imagem da marca e afasta os clientes, talvez isso também explique o número tão reduzido do Ariya nas nossas estradas. Quando vemos um crescente número de VE´s nas nossas estradas e de modelos como o MX-30 e o Toyota bZ4x - carros que estão longe de ser uma referência no mundo electrico.

Não sei, mas parece-me que a Nissan ou aparece algo inovador e diferente com um preço muito atractivo, ou aquela que foi pioneira nos carros 100% electricos para as massas vai ter graves problemas num futuro próximo.

[civic]

Quanto a ver poucos Arya nas estradas, não terá a ver com a entrega a conta gotas? É que eu moro perto do concessionário e de facto não vejo nenhum novo por lá há muito tempo.
Mesmo que não se vendessem, pelo menos devia haver algum no stand, mas o que se vê por lá são os Qashqai e Juke do costume.

Quanto ao LEAF, na minha opinião acho que a Nissan falhou foi em não o limitar mais, pelo menos na segunda geração, na primeira acho que a degradação das celulas é enorme, aí não dá para fazer muito.

[Nonnus]

No seguimento do tópico a coisa tá complicada, não sei se vai para melhor ou pior ....

https://observador.pt/2023/07/23/nissan ... 1690140199

A Salvador Caetano é importador da Toyota para o nosso país e a coisa funciona bem, agora basta saber é se vai ser igual com a Nissan.

Neste momento já estou a ver a minha vida andar para trás, este tipo de mudança leva sempre a muitas alterações e tendo eu um processo aberto da substituição da bateria vamos lá ver no que isto vai dar.

[cfvp]

Quanto ao LEAF, na minha opinião acho que a Nissan falhou foi em não o limitar mais, pelo menos na segunda geração, na primeira acho que a degradação das celulas é enorme, aí não dá para fazer muito.

A Nissan devia ter posto um sistema de refrigeração, mesmo que fosse algo básico a ar. Não acredito que tornasse o carro muito mais caro.

[civic]

A Nissan devia ter posto um sistema de refrigeração, mesmo que fosse algo básico a ar. Não acredito que tornasse o carro muito mais caro.

Discordo completamente, pois se quizesse pagar mais por um carro com sistema de refrigeração tinha escolhido outro carro, claro que mais caro, o ter existido o LEAF fez com que muita gente conseguisse entrar no mundo dos EVs por ter um preço mais em conta. Até os profissionais o fizeram...
Não é por acharmos que seria pouco mais caro que fará alguma diferença, o facto é que carro mais aproximado ao LEAF custava muito mais dinheiro, falo de um KIA Soul ou um Ioniq, cerca de 6 a 10 mil euros acima, é apenas o que acho desse assunto, com sempre disse, o LEAF saindo do mercado fará com que fique mais pobre, perdemos esta alternativa lowcost. O LEAF serve para muita gente como ele é.
O KIA SOul, por exemplo, é um LEAF com sistema de refrigeração, pasme-se que hoje tem montes de problemas com celulas desbalanceadas por quem abusou deles, pois a refrigeração a ar faz com que algumas celulas trabalhem com diferenças de temperatura enormes, as coisas são o que são... Não se fala tanto porque como eram muito mais caros vendeu muito menos que o LEAF.

[Filipe]

+1

[cfvp]

Discordo completamente, pois se quizesse pagar mais por um carro com sistema de refrigeração tinha escolhido outro carro, claro que mais caro, o ter existido o LEAF fez com que muita gente conseguisse entrar no mundo dos EVs por ter um preço mais em conta. Até os profissionais o fizeram...
Não é por acharmos que seria pouco mais caro que fará alguma diferença, o facto é que carro mais aproximado ao LEAF custava muito mais dinheiro, falo de um KIA Soul ou um Ioniq, cerca de 6 a 10 mil euros acima, é apenas o que acho desse assunto, com sempre disse, o LEAF saindo do mercado fará com que fique mais pobre, perdemos esta alternativa lowcost. O LEAF serve para muita gente como ele é.
O KIA SOul, por exemplo, é um LEAF com sistema de refrigeração, pasme-se que hoje tem montes de problemas com celulas desbalanceadas por quem abusou deles, pois a refrigeração a ar faz com que algumas celulas trabalhem com diferenças de temperatura enormes, as coisas são o que são... Não se fala tanto porque como eram muito mais caros vendeu muito menos que o LEAF.

Quando comprei o carro o problema é que basicamente não haviam alternativas ao Leaf. As que haviam, como o Renault Zoe, era outro segmento e não tinha carga rápida. As alternativas do mesmo segmento eram muito, mas muito mais caras. Depois haviam os carros da Hyundai e Kia que a disponibilidade era fraca e os preços altos.
Não acredito que ter um sistema de refrigeração decente fosse mais de €3mil e isso não acrescentaria muito ao preço do carro mas o tornaria muito melhor. Acredito que a maior parte das pessoas não se importaria de pagar mais esses 3mil e ter refrigeração da bateria. Porque o que temos agora é muitas pessoas descontentes, algumas muito outras nem tanto, que se sentem limitadas pelo carro. Aqui no fórum temos alguns exemplos disso, eu incluído.

[civic]

O que não invalida o que eu disse, era um carro mais caro que o LEAF de segmento inferior e com muito menos sucesso de vendas.
È uma alternativa ao LEAF que quem não queira carro sem refrigeração das baterias pode optar. Se o LEAF tivesse refrigeração era só mais um EV caro, não tenho duvidas que o sucesso do LEAF foi, principalmente, devido ao seu preço.

[cfvp]

O que não invalida o que eu disse, era um carro mais caro que o LEAF de segmento inferior e com muito menos sucesso de vendas.
È uma alternativa ao LEAF que quem não queira carro sem refrigeração das baterias pode optar. Se o LEAF tivesse refrigeração era só mais um EV caro, não tenho duvidas que o sucesso do LEAF foi, principalmente, devido ao seu preço.

Isso também não invalida o que eu disse. O Leaf vendeu bem porque as alternativas eram inexistentes. Só que se o Leaf tivesse um sistema de refrigeração por mais €3mil tinha talvez até vendido melhor.

[civic]

Quando comprei o carro o problema é que basicamente não haviam alternativas ao Leaf. As que haviam, como o Renault Zoe, era outro segmento e não tinha carga rápida. As alternativas do mesmo segmento eram muito, mas muito mais caras. Depois haviam os carros da Hyundai e Kia que a disponibilidade era fraca e os preços altos.
Não acredito que ter um sistema de refrigeração decente fosse mais de €3mil e isso não acrescentaria muito ao preço do carro mas o tornaria muito melhor. Acredito que a maior parte das pessoas não se importaria de pagar mais esses 3mil e ter refrigeração da bateria. Porque o que temos agora é muitas pessoas descontentes, algumas muito outras nem tanto, que se sentem limitadas pelo carro. Aqui no fórum temos alguns exemplos disso, eu incluído.

Acho que nestas coisas existiram 2 timings, a primeira geração do LEAF foi o que foi, packs pequenos em que a temperatura não seria grande problema para as baterias, pois os ciclos seriam pequenos, nesta geração tenho a minha ideia que as celulas degradam muito, independenetemente da utilização ou temperatura, ou seja até ao 40 a quimica não era grande coisa em termos de degradaçao.

Com a vinda da 2ª geração a Nissan continuou a ter o pack não refrigerado e aqui é que se distanciou da concorrência em termos de preços, tenho muitas duvidas do custo para um pack refrigerado, aliás, até o fez na EV200, fazê-lo no LEAF teria um custo muito elevado, pois com isso não poderia manter o formato do pack, isto tem custos enormes, não é apenas meter uma ventoinha e já está.
Esta geração foi marcada pelo "rapidgate", um pack maior que fica mais tempo a carregar e a elevar muito mais a temperatura, a Nissan caiu na patetice de alargar os limites de temperatura para amortecer um pouco esse "rapidgate", nunca fiz essa atualização, sempre achei que ia contra o que é o LEAF. Quanto à quimica o que vi sempre foi quilometragens elevadas com muitos maus tratos e a degradação mal se nota, acho que foi um salto em termos de quimica neste carro, o problema foi a marca decidir deixar mais espaço para as celulas dentro dos modulos enfraquecendo o material envolvente, isto leva à deformação das chapas envolventes chegando ao ponto delas tocarem nas proprias celulas dando falha de isolamento.

Portanto e resumindo, a Nissan começou com um projeto sem arrefecimento porque o carro seria para as voltinhas do dia a dia, pack pequeno, tornou o conceito um pouco mais abrangente e dessa forma manteve toda a sua filosofia, só dessa forma podia manter os preços onde manteve. O carro foi um sucesso de vendas, na minha opinião a Nissan falhou redondamente naquela atualização do "rapidgate" no LEAF 40, o carro devia manter as suas limmitações originais.