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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 17 mai 2022, 14:30
por Giugiaro
rimsilva Escreveu: ↑17 mai 2022, 09:13
Sinceramente carregar um VE não é o mesmo que abastecer um carro a combustão e do meu ponto de vista ainda bem, por isso não olho muito ao passado, dou preferência a processo mais simples e "limpos" ( ligar o carro ao posto, carregar e deslgar e já está, sem cartões, sem dinheiro, sem app, sem papel) de carregar umm VE do que abastecer um carro a combustão, mas aceito a preferência de outros por algo mais próximo daquilo que estavam habituados.
Isso é como faço para carregar no trabalho. A Metro do Porto tem um posto antigo que ainda funciona, e é tão simples como ligar, ativar e ir trabalhar.
Para mim os carregamentos de via pública são uma situação pontual que só o faço de lés-a-lés.
E por ser muito pontual torna-se mais frustrante decidir com que CEME carregar e a que preço vai ficar a carga, e não é anormal este ano chegar a fatura ao fim do mês com um valor que nos apanha completamente de surpresa.
É claro que este problema é algo que é mais pertinente para quem faz longas viagens, ou conduz diariamente várias horas, e que saber onde e com que carregar para ter o veículo pronto para a próxima ronda em poucos minutos pode ser a diferença entre ter um bom dia ou um mau dia (conversa que tive com um TVDE elétrico).
Agora para alguém como eu que 55% das vezes carrega na doméstica a 1,7kW e os outros 40% na 3,5kW de estimação no trabalho... é quase um não problema.
Idealmente até nem carregaria na rua nenhuma das vezes, e espero ansiosamente que a garagem esteja pronta para finalmente viver a real vida de elétrico.
Se tiver que ir para longe vou de comboio.
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 17 mai 2022, 14:57
por rimsilva
Carregar em casa ou noutro local gratis é outra questão.
De certeza que esse problema de carregar fora (surpresa com o custo mais elevado) é da escolha do CEME? Com a mudança que referi, devido à crise enegética, alguns CEMEs aumentaram imenso os seus tarifários, mas o mais comum neste tipo de problemas, ainda esta relacionado com o posto usado no carregamento, por exemplo, usar um PCR quando o VE apenas suporta cargas lentas, etc...
Apesar de ser algo que não é nenhum "bicho de 7 cabeças" requer de facto alguma atenção na escolha do posto para carregar, isto tendo em conta o VE que temos.
Idealmente isto não teria nem deveria ser assim, mas mais uma vez, apesar de fazerem crer que os OPCs poderiam cobrar os carregamentos por kWh em vez de minutos, na realidade os OPCs são "empurrados" para esta solução (cobrança ao minuto) porque estão impedidos de vendas energia, logo ficam com a parte da utilização do postos, ou seja, do aluguer do seu postos de carregamento.
Independentemente da situação particular de cada um, a rede é imprescindivel, hoje não precisamos mais amanhã pode ser fundamental, além de ser a base para o crescimento da ME.
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 17 mai 2022, 16:05
por mjr
Bom, tendo em conta que não mencionaste nenhuma questão abordada nesse vídeo, apenas disseste "ensinar como fazer ervilhas", torna-se difícil, pelo menos para mim, perceber a relevância.
Sobre a resposta, desculpa mas não vi nenhuma pergunta.
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 17 mai 2022, 16:55
por mjr
Sobre a questão de não aparecer o preço completo no posto, algo que seria obviamente desejável, eu pessoalmente não sinto necessidade no dia a dia.
O preço para mim é um fator diferenciador no carregamento (a potência de carga e a disponibilidade são outros), e no caso da ME tenho 2 vetores onde posso otimizar esse preço: energia e serviço. Na parte da energia, que é o CEME, depois de escolher o CEME que considere mais adequado, vou ter esse mesmo preço em todos os postos da rede, logo é um fator neutro (sim, alguém irá responder com a TAR e com a Prio... uma pedra no sapato, sem dúvida).
Assim, quando escolho o posto não tenho que saber ou pensar qual o custo da parte CEME, apenas tenho de ver qual o posto que, comparado com outros postos, tem o preço mais vantajoso. É isso que geralmente faço. Claro que seria desejável que o fator de comparação fosse sempre o mesmo, ou seja todos os postos cobrassem por energia (preferencialmente) ou por tempo. Há aqui a discussão se devemos obrigar os OPCs a cobrar por energia, ou se deve continuar liberalizada a maneira de obter o preço, mas é independente do modelo. A própria AFIR em discussão não obriga, da última vez que a vi, a uma forma de fazer o preço, apenas que deve estar explícito no posto.
Como em tudo, há que pesar as diferentes variáveis. Para uns é absolutamente crítico ter o preço final no posto e para outros é absolutamente crítico haver interoperabilidade. O modelo português aparentemente foi criado para responder cabalmente à parte da interoperabilidade desde o início. Podem voltar a falar na questão do pagamento no local por cartão bancário, mas em todo o lado que vejo isso discutido ou em conversa com OPCs/CEMEs e até nas reuniões da GEVA, é sempre dito que o impacto no custo do carregador e do carregamento seria muito grande, atrasando a instalação de postos, e todos fazem loby para que não passe a ser obrigatório na AFIR.
Eu recordo, porque às vezes as pessoas se esquecem disto, que este modelo foi primeiro idealizado em 2010 e aperfeiçoado em 2014, o primeiro com um Governo do PS e o segundo com Jorge Moreira da Silva do PSD como ministro do ambiente. Não gosto de falar de política neste espaço, mas é só para mostrar que houve consenso entre os dois principais partidos neste tema, e que juntos representam mais de 2/3 dos portugueses.
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 17 mai 2022, 17:41
por Giugiaro
rimsilva Escreveu: ↑17 mai 2022, 14:57
De certeza que esse problema de carregar fora (surpresa com o custo mais elevado) é da escolha do CEME? Com a mudança que referi, devido à crise enegética, alguns CEMEs aumentaram imenso os seus tarifários, mas o mais comum neste tipo de problemas, ainda esta relacionado com o posto usado no carregamento, por exemplo, usar um PCR quando o VE apenas suporta cargas lentas, etc...
Eu sei com o meu Zoe tudo o que está acima de 22kW está completamente fora de questão, até porque as tarifas de OPC não compensam sequer fazer a experiência.
Numa carga rápida de 10min que fiz no Eleclerc de Valongo, falei com outro condutor que só estava a carregar a 11kW num posto de 22kW e disse-lhe "olha que na Câmara há um posto de 11kW que a tarifa por minuto é metade do que se paga aqui".
A surpresa vem de carregar no mesmo posto com o mesmo CEME. De 2021 para 2022 foi um choque quando 30min de carga subiram de uma forma que eu na realidade não tinha consciência.
Outra coisa que adoro é a localização dos postos estar mal no mapa da Mobi.E, das apps dos CEME e até do Google Maps. Em Valongo está tudo fora do sítio, exceto os do Mercadona!
rimsilva Escreveu: ↑17 mai 2022, 14:57
Idealmente isto não teria nem deveria ser assim, mas mais uma vez, apesar de fazerem crer que os OPCs poderiam cobrar os carregamentos por kWh em vez de minutos, na realidade os OPCs são "empurrados" para esta solução (cobrança ao minuto) porque estão impedidos de vendas energia, logo ficam com a parte da utilização do postos, ou seja, do aluguer do seu postos de carregamento.
Voltando à lógica das carroças do antigamente, isto seria o mesmo que ir abastecer numa bomba da BP, e pagar o valor da Galp com desconto do Continente, apresentando o cartão Galp Frota.
Tudo bem que o fornecimento elétrico não é a mesma coisa que ter um lago de líquidos inflamáveis guardados debaixo do chão, mas...
rimsilva Escreveu: ↑17 mai 2022, 14:57
Independentemente da situação particular de cada um, a rede é imprescindivel, hoje não precisamos mais amanhã pode ser fundamental, além de ser a base para o crescimento da ME.
A propósito disto até tenho uma questão: A CP ao relançar o Comboio Azul dotado de vagões porta-automóveis com carregamento elétrico, seria obrigada a estar integrada na rede pública?
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 17 mai 2022, 18:02
por Erbium
mjr Escreveu: ↑16 mai 2022, 12:01
Errado. A associação de OPCs europeia está a bater-se para que isso não seja obrigatório. Simples e prático é irrefutável, mas o que eles dizem é que não é barato.
É tão caro que as máquinas de snacks e café de cêntimos têm...
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 17 mai 2022, 22:15
por zeuz
mjr Escreveu: ↑17 mai 2022, 16:05
Bom, tendo em conta que não mencionaste nenhuma questão abordada nesse vídeo, apenas disseste "ensinar como fazer ervilhas", torna-se difícil, pelo menos para mim, perceber a relevância.
Sobre a resposta, desculpa mas não vi nenhuma pergunta.
Por favor, não insultes a tua inteligência.
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 18 mai 2022, 11:12
por Brunus
Erbium Escreveu: ↑17 mai 2022, 18:02
mjr Escreveu: ↑16 mai 2022, 12:01
Errado. A associação de OPCs europeia está a bater-se para que isso não seja obrigatório. Simples e prático é irrefutável, mas o que eles dizem é que não é barato.
É tão caro que as máquinas de snacks e café de cêntimos têm...
Já referi por aqui várias vezes isso.
É por esta razão que não "papo" a desculpa dos custos.
Não é vontade de o fazer por parte dos OPCs!
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 18 mai 2022, 11:38
por Giugiaro
Depois de dois anos de pandemia, o pagamento contactless que já era regra no Reino Unido agora está muito mais sedimentado em toda a Europa, incluindo Portugal, por força das normas de higiene de combate à propagação da COVID-19.
Os pontos já têm a tecnologia. Falta o software de pagamento e o contracto com a REDUNIQ.
Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Enviado: 18 mai 2022, 12:57
por rimsilva
Giugiaro Escreveu: ↑17 mai 2022, 17:41
rimsilva Escreveu: ↑17 mai 2022, 14:57
Idealmente isto não teria nem deveria ser assim, mas mais uma vez, apesar de fazerem crer que os OPCs poderiam cobrar os carregamentos por kWh em vez de minutos, na realidade os OPCs são "empurrados" para esta solução (cobrança ao minuto) porque estão impedidos de vendas energia, logo ficam com a parte da utilização do postos, ou seja, do aluguer do seu postos de carregamento.
Voltando à lógica das carroças do antigamente, isto seria o mesmo que ir abastecer numa bomba da BP, e pagar o valor da Galp com desconto do Continente, apresentando o cartão Galp Frota.
Tudo bem que o fornecimento elétrico não é a mesma coisa que ter um lago de líquidos inflamáveis guardados debaixo do chão, mas...
Não é a mesma coisa e muito mesmo o será (comparável) enquanto se mantiver a legislação atual.
Se as bombas de combústivel compra e vendo os "líquidos inflamáveis" os OPC estão imepdidos de comprar e vender energia, não há comparação possivel.
Nas "bombas" também não temos o factor tecnológico que existe na ME, não é a mesmas coisa carregar num equipamento de 3,7 kW e outro ultra-rápido de 350 KW, isto até poderia ser ultrapassado (como acontece em alguns países da europa), com um custo crescente €/kWh, só que aqui voltamos ao ponto anterior, que estando impedido de vender energia, teria de colocar uma tarifa bem mais baixa comparativamente com o que se passa no resto da europa, com a agravante de não ter tanto controlo sobre a utilização/rentabilidade do posto.
Giugiaro Escreveu: ↑17 mai 2022, 17:41
rimsilva Escreveu: ↑17 mai 2022, 14:57
Independentemente da situação particular de cada um, a rede é imprescindivel, hoje não precisamos mais amanhã pode ser fundamental, além de ser a base para o crescimento da ME.
A propósito disto até tenho uma questão: A CP ao relançar o Comboio Azul dotado de vagões porta-automóveis com carregamento elétrico, seria obrigada a estar integrada na rede pública?
Atenção que aqui que eu saiba ninguém trabalha na mobi.e, nem na ERSE, etc... A informação que temos é a que é pública e segundo essa informação qualquer atividade de carregamentos com caracter comercial deve estar ligado à rede e CEME.