Os custos com as garantias de potência não estão na TAR, pois não? Ou sou eu que estou enganado?mjr Escreveu: ↑30 mar 2019, 14:11A questão de que o CEME fica com tudo também discordo. No modelo doméstico os comercializadores de eletricidade também não são responsáveis pela rede de baixa tensão, pelo transporte nem pela produção de eletricidade. Basicamente compram eletricidade no mercado grossista para depois vender no retalho. Os custos com o transporte, produção, garantias de potência, etc estão todos na TAR, tal como na ME.
Uma das principais responsabilidades do comercializador de electricidade é precisamente garantir a disponibilidade de potência. Os bens transaccionados no MIBEL são energia e potência. Cada comercializador tem de adquirir potência para satisfazer os seus clientes.
Isso não vai na TAR, na TAR vai o custo com a rede, construção, manutenção, inspecção, e o meu salário.
Esse é precisamente um argumento contra o pagamento independente OPC/CEME. Com residentes domésticos, os comercializadores sabem onde estão os clientes. Neste momento, a potência é irrelevante, mas quando em Aljustrel houverem não 2, mas 16 stalls, e além de ter de se prever a ocupação dos postos for preciso adivinhar também de que cartão vão puxar os clientes, isto vai introduzir uma ineficiência ridícula...
A menos que os CEME entrem em acordo entre si acerca de quem adquire a potência, mas aí põe-se a pergunta, porque é que não foi o OPC a adquirir tudo à partida?
Como já disse, não me preocupa que os OPC cobrem um preço que ainda está longe do óptimo, com o tempo isso será corrigido.
É importante que os OPC sejam financiados, para que a rede possa crescer nesta fase inicial.
E precisamente, com o pagamento independente OPC/CEME, há uma parte da margem que sai da mão do OPC. E porquê? Com que utilidade para a ME? Que justificação há para isto? Qual é a vantagem? Mercado livre? Eles são livres de instalarem PCRs também...
Podemos, por absurdo, ter um CEME com apenas 2 PCRs no país todo a ter uma quota de mercado, vá, de 30% como CEME... Bolas, é injusto para os OPC que suportam os custos de bastantes mais PCRs.
E para agravar, como já escrevi noutros tópicos, o CEME fica com a imagem, o cartão é do CEME, o OPC é um nome escrito no posto, tão relevante para o consumidor ou menos que o fabricante do PCR. E acho que já vimos bem que a publicidade é mais importante para algumas destas companhias do que a receita imediata. Na publicidade, estão dispostos a investir imediatamente vários milhões.
O preço, sim...
A legislação também vai ser corrigida, não pelo mercado. Há de haver um ponto, quando os CEME começarem a perceber que a potência passou a ser um custo importante, em que vão chegar ao governo e dizer que isto de carregar com energia da Galp em postos da EDP não faz sentido nenhum...