santanamos Escreveu: (...) As licenças são da câmara, é uma por cada carro e limitam a cota de carros em função das necessidades da população, ou seja, tem que haver um equilíbrio entre a procura e a oferta. Há varios factores a ter em conta na atribuição de licenças, como a existencia de hospitais, comercio, numero de habitantes...
santanamos Escreveu:
(...) Por outro lado, as licenças protegem-nos a nós. Se assim não fosse, a dada altura uma localidade com 1000 habitantes podia ter 1000 taxis e não servem para nada!! (...)
Obrigado pela clarificação santanamos.
É exactamente pelas situações que referiu — e que eu destaquei dos seus comentários, que acho que a situação é logo de inicio mal enquadrada.
Numa economia livre, de mercado, são as leis da procura e da oferta que se encarregam de fazer o mercado funcionar. Não deveria ser a "Câmara" ou o "Governo" a decretar qual deverá ser o "equilíbrio" correcto do mercado.
No exemplo que referiu, numa localidade de 1000 habitantes nunca poderiam existir 1000 táxis, da mesma forma que nessa localidade, outras actividades económicas como papelarias, leitarias, super-mercados, restaurantes, etc. nunca poderiam existir também 1000. Ou melhor, poder podiam, mas algumas não iriam sobreviver porque a dimensão do "mercado" não suportaria esse número total de participantes.
A entrada de novos participantes num determinado mercado, em livre concorrência, é fruto apenas da "procura" que esse mercado esteja a exercer. Quanto maior a existência dessa "procura", maior será também a quantidade de entidades que se posicionam para realizar esse serviço. E vice-versa. Se a "procura" por esse serviços retrair, ou for pouca, alguns participantes (os que menos se adaptarem) ficarão em dificuldades. Nesse sentido, o mercado "cresce" ou "contraí"
naturalmente.
É isto que se passa em TODOS os mercados que funcionam em livre concorrência.
E são este tipo de mercados, que operam em livre concorrência, que permitem que se gere maior inovação, pois é criada uma competitividade natural que motiva a cada participante (nesse mercado) ser mais "eficiente","proativo" e "criativo" na forma de ganhar "quota" (dimensão) de mercado. Na maioria das vezes, esse objectivo (ganhar mercado) implica também prestar um melhor serviço aos seus destinatários.
A regulamentação da actividade económica deve existir de forma a definir os requisitos base ou fundamentais, inclusive, algumas relativas ao funcionamento que devem existir. Mas não deve intrometer-se na forma do mercado funcionar.
O que a Uber está a fazer é, entre outras coisas, iniciar a discussão sobre se este nível de regulamentação para o setor do Táxi é correcto e apropriado nos dias de hoje.
Mas está a fazer mais, e com a participação também dos próprios Táxis e sindicatos, está a chamar a Sociedade a olhar para esta questão e a começar a "fazer perguntas".
Esta discussão é prova disso.
Acho que de uma forma ou de outra a actividade do Táxi vai ficar diferente do que foi.