Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
- mjr
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Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Temos tido muita discussão sobre o modelo da mobilidade elétrica em Portugal espalhada por vários tópicos, mas gostava que concentrassem aqui essa informação para ser mais facilmente discutido o assunto.
Como sabem, o modelo atual foi elaborado há uns 10 anos atrás e consiste numa "cópia" do modelo da SIBS, onde existe uma entidade central agregadora de informação, a EGME (que neste momento é a Mobi.e), os fornecedores de eletricidade que são os CEME, e os fornecedores do serviço de carregamento, os OPC.
Roubo esta imagem da ERSE que ilustra os fluxos financeiros do processo:
Este modelo tem como todos os modelos vantagens e desvantagens que já foram enumeradas em vários sítios:
- Com um só cartão podemos carregar em todo o lado
- Permite que com base na regulamentação do setor elétrico em Portugal seja possível que um OPC forneça o serviço de carga sem efetivamente vender eletricidade. Levanta a principal barreira à entrada que era a complexidade de vender eletricidade para a instalação de postos.
No entanto:
- Expõe toda a rede de carregamento a falhas da EGME.
- Dificulta o pagamento no local de fornecimento do serviço de carga.
Etc...
Que alternativas existem? É necessário rever toda a legislação do setor elétrico para essas alternativas? Ou será possível ter um modelo mais ágil sem alterar essa legislação?
Como sabem, o modelo atual foi elaborado há uns 10 anos atrás e consiste numa "cópia" do modelo da SIBS, onde existe uma entidade central agregadora de informação, a EGME (que neste momento é a Mobi.e), os fornecedores de eletricidade que são os CEME, e os fornecedores do serviço de carregamento, os OPC.
Roubo esta imagem da ERSE que ilustra os fluxos financeiros do processo:
Este modelo tem como todos os modelos vantagens e desvantagens que já foram enumeradas em vários sítios:
- Com um só cartão podemos carregar em todo o lado
- Permite que com base na regulamentação do setor elétrico em Portugal seja possível que um OPC forneça o serviço de carga sem efetivamente vender eletricidade. Levanta a principal barreira à entrada que era a complexidade de vender eletricidade para a instalação de postos.
No entanto:
- Expõe toda a rede de carregamento a falhas da EGME.
- Dificulta o pagamento no local de fornecimento do serviço de carga.
Etc...
Que alternativas existem? É necessário rever toda a legislação do setor elétrico para essas alternativas? Ou será possível ter um modelo mais ágil sem alterar essa legislação?
Nissan Leaf 40 Tekna preto, entregue em 30 de maio de 2018. 51400km em 2024-02-15
Nissan LEAF mk1 Preto, entregue em 7 de julho de 2011. 180000 km em 2023-12-22.
Tesla Model 3 LR preto entregue em 2019-03-06. 125000 km em 2023-12-22.
Sócio da associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, UVE: http://www.uve.pt
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- migle
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Aproveito para responder aqui, local mais adequado, à sugestão de que "basta que sejam levantadas as restrições a preços diferentes nos OPC consoante o CEME". Eu acho que não basta, longe disso, embora pudesse ser uma aproximação.
O modelo existente impossibilita a criação de outros modelos de negócio completamente diferentes do da actual rede pública. Por exemplo, um operador ligado a um construtor automóvel que, com a venda dos seus automóveis, possa oferecer carregamentos gratuitos para o resto da vida.
Palpites:
PS: Sabendo que em países onde não existe uma rede única obrigatória, o normal é o mesmo identificador RFID servir não só para quase todos os carregadores num país, como também servir nos países vizinhos; e tendo já dito que a tal "complexidade de vender electricidade" na realidade não é nada complexa... sobram zero vantagens para o modelo actual.
O modelo existente impossibilita a criação de outros modelos de negócio completamente diferentes do da actual rede pública. Por exemplo, um operador ligado a um construtor automóvel que, com a venda dos seus automóveis, possa oferecer carregamentos gratuitos para o resto da vida.
Palpites:
- Em primeiro lugar, tem de cair a impossibilidade de vender electricidade para a ME... O conceito de CEME tem de ser mais abrangente. Deve ser possível vender electricidade para a ME de uma maneira mais fácil. A Tesla, por exemplo, deveria ser enquadrada como CEME fora da rede pública. Um restaurante, condomínio, etc, todos deveriam poder vender electricidade para a ME de forma regulada, com qualidade, sem terem de se obrigar ao modelo existente. A supra-citada "complexidade de vender electricidade" só existe na cabeça de meia-dúzia de entidades, porque, convenhamos, é uma coisa muito simples. Basta uma lei. Nem entra em choque com a regulamentação existente, porque estamos a falar de vender electricidade para um fim específico, a ME. É óbvio que interessa que a rede da Tesla seja enquadrada na lei. Seja a Tesla ou outra que funcione em moldes semelhantes, nós queremos que os consumidores possam reclamar se por acaso não receberam a energia que estavam à espera, ou se esta não obedeceu aos padrões de qualidade esperados, e não o podem fazer se hipocritamente se estiver a cobrar estacionamento.
- Depois, tem de cair a obrigatoriedade de que um carregador num espaço de acesso público esteja obrigatoriamente ligado à rede pública única. Este aspecto obriga a que qualquer rede que pretenda funcionar com um modelo de negócio que não seja compatível com o da rede pública única (por exemplo, uma rede em que todos os carregamentos são à borla, ou que tem uma flat-fee, ou o diabo a 4, não quero saber), seja obrigado a esconder-se por trás de cancelas, como o faz a Tesla, obrigando os seus utilizadores a voltinhas mais estranhas, sem que isso traga qualquer benefício para o conjunto dos utilizadores.
- Para não dizer que permitia também estas redes instalarem carregadores no domínio público, vá... Reduzia a coisa... Obrigava simplesmente a que carregadores instalados no domínio público não discriminassem marcas. A existência de carregadores na rua já é benefício, contrapartida suficiente para a sociedade... Não é preciso obrigar a integrar numa rede pública única.
PS: Sabendo que em países onde não existe uma rede única obrigatória, o normal é o mesmo identificador RFID servir não só para quase todos os carregadores num país, como também servir nos países vizinhos; e tendo já dito que a tal "complexidade de vender electricidade" na realidade não é nada complexa... sobram zero vantagens para o modelo actual.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Estou totalmente de acordo contigo. Apenas com uma "pequena" excepção: não deveriam ser permitida redes fechadas em espaços de acesso público. E em espaços de acesso público não se poderia existir diferenciação de preços consoante as marcas.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
O modelo em teoria até podia ser muito bonito e funcional, mas na prática esbarra numa lei velha e datada criada para proteger os interesses e o monopólio de determinada empresa, de forma a que certos tachos possam ser garantidos...
Enquanto existir essa barreira com base numa lei velha e datada, nada a fazer
Quantas vezes não foi já dito que os chamados aluguer de contador iam ser ilegais e desaparecer e na verdade estes continuam a existir sobre um nome dissimulado como taxa de acesso, taxa de potência, etc...
Para mudar, a lei tem que mudar e de forma radical...
Em termos de analogia com o sistema de venda de combustíveis, é como só a galp pudesse vender combustível neste país....
Enquanto existir essa barreira com base numa lei velha e datada, nada a fazer
Quantas vezes não foi já dito que os chamados aluguer de contador iam ser ilegais e desaparecer e na verdade estes continuam a existir sobre um nome dissimulado como taxa de acesso, taxa de potência, etc...
Para mudar, a lei tem que mudar e de forma radical...
Em termos de analogia com o sistema de venda de combustíveis, é como só a galp pudesse vender combustível neste país....
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Quanto mais simples melhor:
1 posto+1app+1cartão de credito
ou
1 posto+1 terminal MB
Et voilá!
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Leaf 24kwh, 30kwh, 40kwh
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Esse exemplo já existe com um CEME de uma marca (BMW) e outro se seguirá com um acordo de outro CEME e a Nissan.
ekoway · Dez-2011 · 34.333km
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C-Evo · Set-2015 · 85.000km
iOn · Jan-2017 · 65.00km
Kauai · Jul-2019 · 46.000km
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- pemifer
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Este é o modelo!
- mjr
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Nestes modelos não existe a figura de OPC, quem vende a eletricidade é o CEME. Como sabem em Portugal só comercializadores de eletricidade podem vender eletricidade.
Eu percebo que queiram ir pela maneira mais simplista e imediata que é uma empresa compra eletricidade tal como nós compramos em casa ou numa empresa e depois vende essa eletricidade. Um modelo muito bom mas infelizmente impossível de concretizar, tal é a teia que entretanto foi criada (tipo a dificuldade que será o Brexit caso sempre vá para a frente).
Ter CEMEs a vender diretamente eletricidade tem dois problemas:
- Barreira muito grande à entrada de novos players. É preciso ter uma dimensão considerável para conseguir entrar no mercado de compra e venda de eletricidade.
- Não será possível, out of the box, usar o cartão/App/etc de um CEME nos postos de outro CEME.
Sim, tem vantagens. Permite logo de imediato emitir uma fatura de venda com pagamento no local. Nesse aspeto é super simples.
Eu percebo que queiram ir pela maneira mais simplista e imediata que é uma empresa compra eletricidade tal como nós compramos em casa ou numa empresa e depois vende essa eletricidade. Um modelo muito bom mas infelizmente impossível de concretizar, tal é a teia que entretanto foi criada (tipo a dificuldade que será o Brexit caso sempre vá para a frente).
Ter CEMEs a vender diretamente eletricidade tem dois problemas:
- Barreira muito grande à entrada de novos players. É preciso ter uma dimensão considerável para conseguir entrar no mercado de compra e venda de eletricidade.
- Não será possível, out of the box, usar o cartão/App/etc de um CEME nos postos de outro CEME.
Sim, tem vantagens. Permite logo de imediato emitir uma fatura de venda com pagamento no local. Nesse aspeto é super simples.
Nissan Leaf 40 Tekna preto, entregue em 30 de maio de 2018. 51400km em 2024-02-15
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- BrunoAlves
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Isto. É só isto, ponto. Sem tirar nem por. Parem de inventar, de se escudar numa lei decrépita e castradora, mude-se a lei para implementar isto. Só isto.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!!